29 jul 2024

COOPERATIVISMO: Uma Jornada de União e Prosperidade

COOPERATIVISMO: Uma Jornada de União e Prosperidade
Ainor Loterio — palestrante e instrutor cooperativista.

Você já se perguntou como um grupo de tecelões na Inglaterra do século XIX revolucionou como as pessoas se unem em busca de um futuro melhor? Prepare-se para descobrir a história inspiradora do cooperativismo, um movimento que transformou vidas e comunidades ao redor do mundo.

Neste post, exploraremos os pilares que sustentam o cooperativismo, desde sua origem humilde até sua legislação e impacto na sociedade. Abordaremos a importância da educação e formação, a organização e representação das cooperativas, e como seus valores e princípios moldam um modelo de negócio mais justo e equitativo.

Se você visa entender como a colaboração e a solidariedade podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social, este post é para você! Prepare-se para se surpreender com a força do cooperativismo e como ele pode ser a chave para um futuro mais próspero para todos. 

Essa abordagem holística ao cooperativismo, que abaixo apresentaremos, reflete a importância de equilibrar objetivos econômicos com responsabilidades sociais, garantindo a sustentabilidade e a relevância do movimento cooperativista no mundo moderno:

  1. ORIGEM, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E DOUTRINA

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Origem: o cooperativismo surgiu na Europa durante a Revolução Industrial no século XIX, como uma resposta às más condições de trabalho e à exploração econômica. Em 1844, um grupo de tecelões em Rochdale, na Inglaterra, fundou a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, que é considerada a primeira cooperativa moderna. Eles estabeleceram os “Princípios de Rochdale”, que ainda influenciam as cooperativas até hoje.

Evolução histórica: após a fundação em Rochdale, o movimento cooperativo se espalhou pela Europa e pelo mundo. Na Alemanha, Friedrich Raiffeisen e Hermann Schulze-Delitzsch desenvolveram cooperativas de crédito para apoiar pequenos agricultores e artesãos. Na Itália, Luigi Luzzatti foi uma figura importante na criação de cooperativas de produção e consumo.

No Brasil, o cooperativismo começou no final do século XIX e se expandiu rapidamente no século XX, com destaque para o setor agrícola. A criação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em 1969 marcou um passo significativo na organização e representação do movimento no país.

Doutrina: a doutrina cooperativista é um conjunto de valores (autogestão, solidariedade, ajuda mútua, responsabilidade social e econômica), princípios e práticas que orientam o funcionamento e a filosofia das cooperativas. Ela se baseia na ideia de que a cooperação entre indivíduos pode alcançar objetivos econômicos, sociais e culturais de forma mais eficiente e justa do que a concorrência individualista. As cooperativas são sociedades de pessoas, visam ao benefício mútuo dos membros, em vez do lucro individual, e operam de forma transparente sob princípios democráticos, onde cada membro tem igual direito a voto.

  1. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

A educação cooperativista é um processo contínuo de formação e desenvolvimento que visa capacitar os membros, dirigentes e funcionários das cooperativas para compreenderem, adotarem e praticarem os princípios e valores do cooperativismo. As cooperativas investem na capacitação de seus membros, dirigentes e funcionários para garantir a eficiência e a sustentabilidade das operações.

Educação: a educação cooperativista envolve a disseminação dos princípios e valores do cooperativismo, bem como a formação técnica e gerencial dos membros. Muitas cooperativas oferecem programas de educação contínua para desenvolver habilidades específicas e aumentar a competitividade no mercado.

Formação: a formação inclui treinamentos, cursos e workshops sobre gestão cooperativa, finanças, marketing, governança e outros aspectos relevantes para a operação eficiente das cooperativas. É fundamental que todos os membros compreendam os aspectos econômicos e sociais de suas cooperativas.

Informação: a informação transparente e acessível é um dos princípios do cooperativismo. As cooperativas mantêm os membros informados sobre as atividades, resultados financeiros e decisões estratégicas, promovendo a participação ativa e consciente.

  1. ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E DEFESA

Organização: as cooperativas são organizadas (quadro social) de forma democrática e descentralizada, permitindo que os membros participem ativamente nas decisões. Elas podem ser organizadas em diferentes ramos, como cooperativas de agropecuário; consumo; crédito; infraestrutura; saúde; trabalho; produção de bens e serviços; e transporte.

Representação: a representação das cooperativas é realizada por entidades de segundo e terceiro graus, como federações e confederações. No Brasil, a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) atua na representação política e institucional das cooperativas, defendendo os interesses do movimento cooperativista junto ao governo e à sociedade. A representação das cooperativas nos estados é realizada por entidades chamadas OCE’s (Organizações Estaduais das Cooperativas; em SC temos a OCESC – Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina), que funcionam como filiais ou extensões da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).

Defesa: a defesa dos interesses das cooperativas envolve a atuação em políticas públicas, legislação e regulamentação. As organizações representativas trabalham para garantir um ambiente favorável ao desenvolvimento das cooperativas, promovendo a inclusão social e econômica.

  1. VALORES, PRINCÍPIOS E LEGISLAÇÃO

Valores: os valores cooperativistas incluem ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. As cooperativas também valorizam a honestidade, transparência e responsabilidade social.

Princípios (do cooperativismo): os princípios cooperativistas garantem uma estrutura democrática e inclusiva, possibilitando que as cooperativas operam com autonomia e independência. 

  1. Adesão voluntária e livre
  2. Controle democrático pelos membros
  3. Participação econômica dos membros
  4. Autonomia e independência
  5. Educação, formação e informação
  6. Cooperação entre cooperativas
  7. Interesse pela comunidade

Legislação: no Brasil, a legislação cooperativista é regida pela Lei n.º 5.764/1971, que define a Política Nacional do Cooperativismo e regula o funcionamento das sociedades cooperativas, estabelecendo os direitos e deveres dos membros, a estrutura organizacional e as normas para a operação das cooperativas. Além dessa “lei maior”, existem outras normas e leis (complementares, código civil, normas setoriais, medidas provisórias, resoluções do Banco Central, Regulamentação e Fiscalização, Tributação, etc.) que complementam a legislação cooperativista no Brasil. 

  1. GESTÃO, GOVERNANÇA E RESULTADOS

Gestão: a gestão das cooperativas envolve a administração eficiente dos recursos, a tomada de decisões estratégicas e a implementação de políticas que garantam a sustentabilidade e o crescimento da cooperativa. A gestão deve ser participativa e transparente, com a inclusão dos membros nos processos decisórios.

Governança: a governança cooperativa se baseia em princípios democráticos, onde cada membro tem direito a um voto, independentemente de sua participação financeira. As cooperativas adotam práticas de boa governança para assegurar a responsabilidade, a transparência e a prestação de contas.

Resultados: os resultados das cooperativas são medidos não apenas pelo lucro financeiro, mas também pelo impacto social e econômico na comunidade. As cooperativas promovem o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos membros e da sociedade em geral.
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CONCLUSÃO: aplicando essa estrutura, você pode obter uma visão completa e detalhada de qualquer cooperativa em particular, compreendendo melhor seu funcionamento e contribuição para a comunidade e seus membros.

17 jul 2024

Artigo: Livro – Cooperativismo e associativismo em SC

17 jul 2024

Artigo: Projeto FURB – Importância da família no processo aprendizagem e sua relação com a escola

08 jul 2024

Artigo: RELAÇÃO DO COOPERATIVISMO COM A SUCESSÃO FAMILIAR:

13 maio 2024

ARTETERAPIA ENCANTA MULHERES NO CURSO DE SENSIBILIZAÇÃO AO COOPERATIVISMO (Sicoob Serra Alta-SC).

ARTETERAPIA ENCANTA MULHERES NO CURSO DE SENSIBILIZAÇÃO AO COOPERATIVISMO (Sicoob Serra Alta-SC).

Em Serra Alta–SC, o curso de SENSIBILIZAÇÃO ao COOPERATIVISMO, SICOOB CredItaipu — em Cooperação com o SESCOOP-SC, aconteceu no auditório do SICOOB do município.

O palestrante Ainor Lotério transmitiu com maestria os ensinamentos sobre a história do cooperativismo, princípios e valores do cooperativismo, viver em cooperação, fortalecimento da mulher na família e na cooperativa. Estiveram presentes no evento 40 mulheres cooperadas, que participaram ativamente das dinâmicas de cooperação, demonstrando grande interesse por todos os assuntos trabalhados.

No início da tarde a arteterapeuta Angela Melim, realizou um momento de envolvimento e troca de experiências através do conto Vasalisa (Estés), uma narrativa que valoriza a coragem, a determinação e a sabedoria das mulheres, mostrando às mulheres sua capacidade de enfrentar e superar os desafios, mesmo em situações adversas e destacando também a importância da conexão com outras mulheres, com suas próprias raízes e tradições como fonte de intuição, força e empoderamento. Fortalecendo ainda mais o tema do curso, sensibilização ao cooperativismo, foram confeccionadas bonecas de pano com os materiais disponibilizados (tecidos, fibras, agulhas, linhas, flores, miçangas, fitas, cola, lãs, cola, entre outros), que foram feitas por cada uma das participantes do curso de forma organizada, intuitiva, sensível, harmoniosa, alegre, colaborativa e cooperativa. Muitas histórias foram sendo compartilhadas, umas das mais emocionantes foi de uma mulher que chorou ao relatar que tinha 22 anos quando ganhou a primeira boneca e que iria guardar com muito carinho a boneca que fez.

As bonecas podem representar aspectos da identidade feminina, auxiliando as mulheres a explorar e fortalecer sua autoimagem e autoestima. Além disso, o processo de criar as bonecas pode ser terapêutico, proporcionando um espaço seguro para lidar com questões emocionais e promover a cooperação através da partilha de experiências e histórias entre as mulheres envolvidas. No contexto da arteterapia e da promoção da cooperação com mulheres, criar bonecas pode ser uma forma de expressão e empoderamento feminino.

Desta forma confeccionar bonecas pode promover um senso de comunidade e pertencimento, incentivando a colaboração e a cooperação entre os participantes. Assim, as bonecas podem ser uma ferramenta poderosa para sensibilizar as pessoas para os valores e princípios do cooperativismo, inspirando uma mudança positiva nas relações pessoais, interpessoais e na sociedade na totalidade.

 
01 maio 2024

Amor, Educação e Comunidade: O Caminho do Progresso Cooperativista (Ainor Lotério)

AMOR, EDUCAÇÃO E COMUNIDADE: O CAMINHO DO PROGRESSO COOPERATIVISTA
(Ainor Lotério)

Em versos entrelaçados, a melodia se ergue,
O afeto pelo próximo, a cada verso segue.
No coração da cooperação, a fé resplandece,
E a esperança floresce, onde a paz se aquece.

No jardim da fraternidade e da doação,
Desponta a solidariedade, semeando a união.
Raízes profundas na compaixão e na luz,
Caminhamos juntos, sob um resplandecente Farol que nos conduz.

Na harmonia da cooperação, a vida se renova,
Cada gesto de altruísmo, um raio de nova aurora.
Sete princípios como faróis a guiar,
Pela estrada da generosidade, a nos inspirar.

De Rochdale à eternidade, um legado de carinho,
O cooperativismo floresce, em cada caminho.
De cada alma para o todo, um hino de paz,
Transformando corações, em raios de fervor audaz.

Dos tempos antigos aos dias de agora,
O cooperativismo se renova, sem ir embora.
Uma força que avança, em eterna transformação,
Quebrando os obstáculos, com fé e devoção.

Em valores e princípios, a sinfonia ressoa,
Cada membro, um participante em sua escolha.
Cada sócio, um guia, regendo a canção,
Conduzindo a melodia, com amor e dedicação.

Adesão livre, como convite ao dançar,
Sem fronteiras, num baile a encantar.
Gestão democrática, a voz de todos a ecoar,
Decisões em harmonia, num único soar.

Participação econômica, a força do afeto,
Distribuindo prosperidade, num divino cometimento.
Autonomia e independência, a base da harmonia,
Seguimos juntos, na mesma sincronia.

Educação e informação, faróis de luz,
Guiando nossos passos, com brilho reluz.
Intercooperação, mãos dadas em oração,
Rede de amor, onde nasce a união.

Interesse pela comunidade, o ritmo do coração,
Servir ao próximo, nossa eterna vocação.
Do passado ao presente, a jornada a persistir,
O cooperativismo, em poesia, a sempre existir.

Num estilo poético, mas em profunda reflexão,
Entendemos que a Jornada do Cooperativismo
Se faz com Idealismo, Persistência e Educação,
Fundamentada no Amor profundamente Fraternal
Seguindo sete Princípios, cerne da sua fundamentação.

Conheça a Trajetória de AINOR LOTÉRIO no COOPERATIVISMO — PALESTRAS e CURSOS

 
01 maio 2024

Cooperativismo, a Sinfonia do Amor (Ainor Lotério)

COOPERATIVISMO, A SINFONIA DO AMOR
(Autor: Ainor Lotério — www.ainor.com.br)

Senhor, conceda-nos a graça de cooperar com amor e união  ,
Que o cooperativismo seja nossa canção, uma bela oração.
No solo fértil da fraternidade e da partilha,
Floresça a esperança, seja nossa trilha.

Que a cooperação seja um hino, uma sinfonia celestial,
Onde mãos se unem, em um gesto fraternal.
Que nossas raízes estejam fincadas na igualdade e na paz,
Que brote a justiça, como um sopro de solaz.

Que teçamos a vida no compasso da solidariedade,
Que em cada passo, aqueçamos a alma com verdade.
Que os sete princípios sejam faróis em nossa jornada,
Como estrelas que guiam na noite estrelada.

Desde Rochdale, onde o movimento nasceu,
Que o cooperativismo floresça, para sempre seu.
Que de cada um para o todo, ecoe um canto de amor,
Transformando realidades, com fervor.

Dos tempos idos aos dias atuais, que sejamos agentes de mudança,
Que o cooperativismo evolua, sem jamais perder a esperança.
Que em valores e princípios, sustentemos nossa ação,
Como colunas que erguem a cooperativa em devoção.

Que cada sócio seja um maestro em sua missão,
Regendo a transformação, com o coração.
Que a adesão seja livre, como um convite a dançar,
Que em gestão democrática, possamos juntos harmonizar.

Que a participação econômica seja nossa força motriz,
Distribuindo riquezas, num horizonte de luz.
Que a autonomia e independência sejam nossa união,
Caminhando juntos, em uma só canção.

Que a educação e informação sejam faróis de sabedoria,
Que a intercooperação seja nossa rede de alegria.
Que o interesse pela comunidade seja nosso norte,
Servir ao próximo, seja nosso porte.

Do passado ao presente, que nossa jornada persista,
Que o cooperativismo seja nossa eterna conquista.
Que em forma de oração, ecoe nossa poesia,
O cooperativismo em amor, sempre em harmonia.

30 abr 2024

UMA DOUTRINA PRÓPRIA: Base Sobre a Qual as Cooperativas em Todo o Mundo se Organizam e Operam!

BASE SOBRE A QUAL AS COOPERATIVAS EM TODO O MUNDO SE ORGANIZAM E OPERAM: UMA DOUTRINA PRÓPRIA (Autor: Ainor Lotério)
 
O cooperativismo, desde sua concepção na primeira metade do século XIX em Rochdale, na Inglaterra, tem sido um movimento socioeconômico único, caracterizado por uma orientação doutrinária consistente. Esta doutrina, composta por valores e princípios, forma a base sobre a qual as cooperativas em todo o mundo se organizam e operam.
Os valores, fundamentais e perenes, precedem e dão origem aos princípios, que traduzem esses valores em ações práticas no contexto cooperativista. Um olhar para os desafios socioeconômicos da época que deram origem ao cooperativismo revela a necessidade premente de uma alternativa às condições desumanas impostas pela Revolução Industrial. Nesse contexto, os trabalhadores enfrentavam exploração, baixos salários, condições precárias de trabalho e falta de voz nas decisões que afetavam suas vidas.
 
Os pioneiros de Rochdale, reconhecendo esses desafios, desenvolveram princípios inovadores que estabeleceram as bases para o movimento cooperativista moderno. O cooperativismo, como se sabe, é o único movimento socioeconômico do planeta que se desenvolve sob uma mesma orientação doutrinária, e assim é desde o seu surgimento na primeira metade do Século XIX (1844), em Rochdale, na Inglaterra. 
 
Os direcionadores doutrinários vêm representados especialmente por valores e princípios, adotados em todo o mundo. E o que vem antes? Os valores, perenes, de raízes mais profundas — a base de toda a estrutura —, precedem e dão origem aos princípios. Estes, por sua vez, traduzem os valores e os levam à prática no meio cooperativo. Os princípios são uma espécie de ponte ligando grandes diretrizes a ações.
Para dar a necessária dinâmica e atualidade à doutrina cooperativista, os princípios — diversamente dos valores –- são passíveis de revisão (atualização) na linha de tempo, o que, já aconteceu algumas vezes no âmbito da Aliança Cooperativa Internacional (ACI).
 
Diferentemente dos princípios, delimitados formalmente, não existe rol conclusivo ou exaustivo de valores. Das inúmeras referências feitas por doutrinadores no mundo todo, a enunciação mais recorrente recai sobre a:
 
1) SOLIDARIEDADE, cuja essência reside no compromisso, na responsabilidade que todos têm com todos, fazendo a força do conjunto e assegurando o bem de cada um dos membros. É uma espécie de reciprocidade obrigacional, justificada pelo interesse comum. Ser solidário é praticar a ajuda mútua (esta, por vezes, aparece como valor autônomo), é cooperar por definição, é tornar o empreendimento sólido.
 
2) Liberdade, que está no direito de escolha pela entidade cooperativa, tanto na hora do ingresso como no momento da saída, podendo a pessoa, enquanto cooperado, mover-se e manifestar-se conforme a sua vontade e consciência, respeitados os limites estabelecidos coletivamente.
3) Democracia, diretamente relacionada ao pleno direito de o associado participar da vida da cooperativa em toda a sua dimensão, especialmente pela palavra e pelo voto, implicando, em contrapartida, respeito às decisões majoritárias. Indica também acesso universal, sem discriminação de qualquer espécie. É pela democracia que se exerce a cidadania cooperativa.
 
4) Equidade, que se manifesta, fundamentalmente, pela garantia da igualdade de direitos, pelo julgamento justo e pela imparcialidade, tanto em aspectos econômicos como sociais.
 
5) Igualdade, que impede a segregação em razão de condição socioeconômica, raça, gênero ou sexo, ideologia política, opção religiosa, idade ou de qualquer outra preferência, ou característica pessoal. A todos devem ser assegurados os mesmos direitos e as mesmas obrigações.
 
6) Responsabilidade, que tem a ver com a assunção e o cumprimento de deveres. Como cooperada, a pessoa é responsável pela viabilidade do empreendimento, incumbindo-lhe operar com a cooperativa e participar das atividades sociais. Cada qual responde pelos seus atos, devendo conduzir-se com retidão moral e respeito às regras de convívio adotadas coletivamente.
 
7) Honestidade, que se liga à verdade por excelência. É uma das marcas de pessoas de elevado caráter. Tem a ver com retidão, probidade e honradez. Dignidade, enfim.
 
8) Transparência, que diz respeito à clareza, àquilo que efetivamente é, sem ambiguidade, sem segredo. No meio cooperativo, todos têm de ter conhecimento preciso sobre a vida da entidade: sua gestão, seus números, suas regras.
    
9) Consciência socioambiental, que se conecta ao compromisso do empreendimento cooperativo, naturalmente de caráter comunitário, com o bem-estar das pessoas e com a proteção do meio ambiente compreendidos na sua área de atuação, preocupação que envolve desenvolvimento econômico e social e respeito ao equilíbrio e às limitações dos recursos naturais. A palavra-chave, aqui, é sustentabilidade. Pelo seu significado e a sua atualidade, estuda-se no âmbito da ACI dedicar ao tema um novo (8º) e exclusivo princípio universal do cooperativismo.
 
Essas, portanto, são as diretrizes mais abrangentes do movimento cooperativista, e influenciam a elaboração dos princípios e das regras aplicáveis a todas as organizações de natureza cooperativa nos quatro cantos do mundo. Mais publicações relacionadas:
 
A seguir algumas referências bibliográficas que podem enriquecer o artigo sobre os valores universais do cooperativismo:

  1. Holyoake, G. J. (2007). The history of co-operation. Este livro fornece uma visão abrangente da história do cooperativismo, desde seus primórdios até os desenvolvimentos mais recentes, destacando os desafios socioeconômicos que deram origem ao movimento cooperativista.

  2. Vanek, J. (1977). The general theory of labor-managed market economies. Esta obra oferece uma análise profunda da teoria econômica por trás das empresas cooperativas, explorando como os valores cooperativistas podem ser aplicados em modelos de negócios alternativos.

  3. International Cooperative Alliance. (2020). Cooperative Identity, Values & Principles. Este documento da Aliança Cooperativa Internacional oferece uma visão atualizada dos valores e princípios do cooperativismo, fornecendo uma base sólida para compreender a essência do movimento cooperativista.

  4. Global Entrepreneurship Monitor. (2020). Report on Social Entrepreneurship 2020/2021. Este relatório aborda o papel das cooperativas como formas de empreendedorismo social, destacando seu impacto positivo na sociedade e na economia, o que pode fornecer dados valiosos para apoiar os argumentos do artigo.

  5. Campos, S. M., & Souza, M. G. (2018). Cooperativismo e desenvolvimento regional: Uma análise das cooperativas de crédito rural no Brasil. Este estudo oferece uma análise detalhada do papel das cooperativas no desenvolvimento regional, destacando como os valores cooperativistas podem promover o crescimento econômico e a inclusão social.

  6. Marciano, E. M. (2016). Princípios e valores cooperativistas: Aplicações no setor agropecuário. Neste artigo, o autor explora como os princípios e valores do cooperativismo são aplicados no contexto específico do setor agropecuário, oferecendo insights valiosos sobre como esses valores são traduzidos em práticas comerciais reais.

 
 
 
 
 
 
 
 
30 abr 2024

Pilares Inabaláveis no Contexto Cooperativista: a Saúde, a Segurança e a Qualidade de Vida dos Cooperados e seus Familiares

No Contexto Cooperativista, a Saúde, Segurança e Qualidade de Vida dos Cooperados e seus Familiares são Pilares Inabaláveis.
(Autor: Ainor Lotério)

 

 

No âmago do cooperativismo reside uma essência transformadora, onde valores como democracia, igualdade, equidade, solidariedade, honestidade, transparência e responsabilidade social se amalgamam para tecer uma rede de apoio e prosperidade. O cooperativismo transcende a mera organização econômica; é uma doutrina que fortalece, uma educação que enobrece e uma motivação que impulsiona.

No contexto cooperativista, a saúde, segurança e qualidade de vida dos cooperados e seus familiares são pilares inabaláveis. Os sete princípios fundamentais para uma gestão e governança segura da cooperativa são como faróis, guiando o caminho para proporcionar renda, saúde e segurança aos associados. O poder é compartilhado entre os cooperados, promovendo a participação ativa e a sensação de pertencimento. A adesão à cooperativa é uma escolha livre e consciente, sem discriminação ou barreiras. Todos contribuem e se beneficiam de acordo com sua participação, promovendo o senso de responsabilidade e colaboração. A cooperativa é uma entidade autônoma, capaz de tomar decisões em benefício de seus membros e da comunidade. O conhecimento capacita os cooperados, promovendo seu desenvolvimento pessoal e profissional, e garantindo o cumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho.

Veja aqui algumas Palestras que proferimos nas Sipat,s de Cooperativas: https://ainor.com.br/?s=sipat 

A intercooperação fomenta a colaboração entre cooperativas, compartilhando recursos e conhecimentos para alcançar objetivos maiores e mais ambiciosos. As cooperativas são parte integrante das comunidades onde atuam, contribuindo para seu desenvolvimento econômico, social e ambiental.

No ambiente cooperativista, a segurança no trabalho reflete os valores de responsabilidade e cuidado mútuo. A valorização e proteção da saúde mental e física promovem a solidariedade e apoio entre os membros da cooperativa. Incentivar hábitos saudáveis e promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional contribuem para a qualidade de vida e motivação dos colaboradores.

A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, a ergonomia e a cultura de segurança são essenciais para promover um ambiente de trabalho seguro e confiável.

Os princípios cooperativistas constituem a base para construir um futuro melhor para todos. Com democracia, igualdade, equidade, solidariedade, honestidade, transparência, responsabilidade social e ações concretas, o cooperativismo se consolida como uma força transformadora, melhorando vidas e comunidades.

Referências Bibliográficas:

  • Andersen, C. M., & Skjoett-Larsen, T. (2009). Corporate social responsibility in global supply chains. Supply Chain Management: An International Journal, 14(2), 75-86.
  • Bachelet, M. J., & Balsamo, L. A. (2016). A responsabilidade social das cooperativas e sua divulgação no setor de saúde. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(29), 117-142.
  • Chaves, R. H. M., Pereira, R. J., & Serra, F. A. R. (2016). Health and safety at work: A qualitative analysis of production cooperative in Santa Catarina. Safety science, 84, 131-139.
  • Clements, R. M. (2007). Self-help, mutual aid, and social welfare. Policy Press.
  • Dufwenberg, M., & Muren, A. (2006). Generosity, anonymity, gender. Journal of Economic Behavior & Organization, 61(1), 42-49.

 
 
 
08 abr 2024

A AGROSOFIA E O GRÃO DE MOSTARDA – MÍSTICA DA VIDA COM BASE NAS FORÇAS AGRONATURAIS (Por Ainor Lotério*)

O GRÃO DE MOSTARDA E A AGROSOFIA, MÍSTICA DA VIDA COM BASE NAS FORÇAS AGRONATURAIS (Por Ainor Lotério)*.

Inspirada na atemporal parábola de Jesus Cristo sobre a fé e a natureza, essa filosofia oferece uma visão única sobre a motivação humana, integrando elementos de fé, essência e a conexão com o ambiente natural. Na reflexão agrosófica propomos uma reestruturação da vida individual e coletiva, fundamentada nas lições oferecidas pela natureza. Destacamos valores como sabedoria, coragem, paciência, perseverança e fé, essenciais para enfrentar os desafios contemporâneos em todas as áreas da atividade humana.

A agrosofia representa uma abordagem inovadora e inspiradora para motivar indivíduos em suas jornadas pessoais e profissionais, levando-nos a considerar à percepção de que há muito mais de natureza vegetal (seiva da vida) dentro de cada um de nós e em nosso entorno do que imaginamos. Assim como nas práticas agrícolas, em que muito do que é vital para o crescimento das plantas acontece abaixo da superfície do solo, na vida cotidiana também pode haver aspectos essenciais que não são imediatamente perceptíveis.

A analogia mística entre o grão de mostarda e a semente de beterraba para ilustrar a importância da essência sobre a aparência nos faz entender um pouco do que podemos aprender com esse novo jeito de pensar e viver em nossa casa comum ou o nosso planeta. Ele destaca a presença de um vasto potencial latente em cada indivíduo, assim como de cada semente, muitas vezes obscurecido por frustrações e desânimos, ressaltando a necessidade de reconectar-se com as próprias raízes e potencialidades a serem desabrochadas.

A relação entre agricultura e Agrosofia é uma integração entre práticas agrícolas e uma filosofia de vida mais ampla, que visa promover uma compreensão mais profunda e uma conexão mais significativa com a natureza e com nós mesmos. Essa abordagem integrativa tem em vista aplicar os conhecimentos e as práticas agrícolas para compreender e orientar diversos aspectos da existência humana, promovendo uma visão holística e sustentável do mundo.

A palavra “agrosofia” é um termo composto, formado pela junção de “agro”, relacionado à agricultura, e “sofia”, que significa sabedoria em grego. Portanto, agrosofia pode ser entendida como a sabedoria originada do contexto agrícola ou como uma filosofia de vida inspirada nos princípios e processos da natureza e da agricultura.

A agrosofia se revela como uma filosofia de vida profundamente inspiradora, convidando-nos a mergulhar em uma compreensão mais profunda e holística de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. Sob essa perspectiva, somos instigados a reconhecer que, assim como nas práticas agrícolas, onde o vigor e a vitalidade das plantas se manifestam a partir das raízes, grande parte da nossa própria essência e potencial reside nas profundezas do nosso ser, não visíveis à primeira vista. É como se a seiva da vida, que nutre e sustenta toda a flora, também fluísse em nosso âmago, influenciando sutilmente nossas jornadas pessoais e profissionais. Essa compreensão nos desafia a olhar além da superfície e a reconhecer a riqueza e a complexidade que permeiam cada aspecto da existência, incentivando-nos a cultivar uma consciência mais profunda e uma conexão mais autêntica conosco mesmos e com o mundo que nos cerca.

A Agrosofia está fundamentada no conhecimento científico e na sabedoria ancestral sobre o comportamento das plantas, propõe uma reconexão entre o ser humano e a natureza. Desse modo visamos inspirar uma nova visão sobre a relação entre indivíduos e o ambiente natural, destacando a importância de aprender com as características resilientes e adaptativas do mundo vegetal. Com essa base de conhecimento agrosófico e científico, abraçada à sabedoria popular (os saberes dos agricultores, os primeiros professores do campo) e ao comportamento das espécies vegetais e suas variedades no ambiente, o fundamento da agrosofia se torna sólido: sua abordagem busca uma reconexão entre o ser humano e a natureza, sem perder de vista a necessidade urgente de repensar nossas motivações em meio às mudanças climáticas e ao aquecimento global.

Após acumular inédito conhecimento e vasta experiência ao longo de sua carreira profissional como extensionista rural, filho de agricultores, gestor público e voluntário de ações voltadas ao meio ambiente e agricultura familiar, muito pude entender esse novo viés de enxergar a natureza. A visão de sustentabilidade adquiri desempenhando um papel crucial na disseminação de conhecimento e práticas sustentáveis no meio agrícola.    

Resolvi registrar e disponibilizar esse aprendizado que a vida me deu (e nos dá) na forma de estudos, experiências, tarimba profissional, traquejo e compreensão do processo cognição focado nas leis da natureza e da atividade agrícola, o que intitulei de agrosofia. Isso tudo nos leva para a criação duma cultura de sustentabilidade mais afeta à alma, ao trabalho e ao espírito de cada indivíduo.

Essa filosofia motivacional, também conhecida como motivação agrosófica, visa reestruturar a vida das pessoas em harmonia com as lições oferecidas pela natureza em tempos de desafios climáticos e ambientais. Instiga-se incorporar valores como sabedoria, coragem, paciência, perseverança e fé, adaptáveis a todas as áreas da atividade humana.

A agrosofia transcende as abordagens convencionais de motivação, promovendo uma nova relação entre o ser humano e a natureza. Vê-se que destacamos a importância essencial de se honrar a vida em todas as suas formas e de vivermos em harmonia com as forças naturais, oferecendo uma visão promissora para um futuro mais harmônico, sustentável, promissor e equilibrado.

Por meio da Agrosofia, convidamos os indivíduos a repensarem suas motivações e a reconectarem-se com a sabedoria da natureza, garantindo um crescimento pessoal e coletivo significativo.

A função da agrosofia é traduzir princípios do mundo agrícola para um sistema de filosofia de vida, conhecido como agrosofia, nos dizem que tudo o que podemos não estar vendo, na verdade, podem estar pautando nossa vida e até nossa permanência no planeta.

*Autor: AINOR FRANCISCO LOTÉRIO é Engenheiro Agrônomo, Mestre em Gestão de Políticas Públicas (Instituições, cultura e sustentabilidade), psicopedagogo, Pós-graduado em Gerenciamento de Marketing e Metodologia do Ensino Superior, Comunicação e Extensão Rural, Bacharel em Teologia (Interconfessional) e Filosofia. Inúmeros cursos de extensão universitária. Foi professor secundarista e universitário, servidor e gestor público, Diretor Estadual da Epagri — Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina e Gestor Estadual do Pró-Jovem — Programa de Motivação da Juventude para a Qualidade Essencial na Agricultura e na Pesca e Prefeito de Camboriú. É autor de livro e vários outros textos e artigos, conforme estão evidenciados nos Eixos Eternos do seu Website: www.ainor.com.br
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Contato/WhatsApp: (47) 99967 5010

25 mar 2024

RELAÇÃO DO COOPERATIVISMO COM A SUCESSÃO FAMILIAR: análise, desafios, lições e estratégias preditivas.

Este artigo trata do relato de experiências sobre a relação entre o cooperativismo e a sucessão familiar, um dos principais desafios a serem enfrentados na atualidade, está publicado no LivroCOOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO EM SANTA CATARINA NO CONTEXTO DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ PARA O SUL DO BRASIL (Organizadores: Elisandra Forneck, Leandro Maqyer e Gilvane Kern), título cujo objetivo foi alinhar-se com os 200 anos da colonização alemã e sua interfase com a origem do cooperativismo na região Sul brasileira.

Família e cooperativa não são entidades ambivalentes, mas organizações voluntárias, abertas ao desenvolvimento, que têm interesses comuns na mesma sociedade onde se fundam.

O conhecimento da realidade das famílias e jovens e a revisão da literatura mostram-nos que a perspectiva da sucessão interfere de maneira importante nas estruturas de produção, geração de renda e bem-estar das propriedades e cooperativas (ABRAMOVAW, 1998).

O objetivo é entender a influência e os desafios do cooperativismo na definição de novos sucessores familiares, bem como sugerir estratégias que facilitem o processo sucessório cooperativo-familiar, acolhendo os sucessores potenciais não como simples herdeiros, mas como legatários ideais dos empreendimentos e sonhos familiares cooperativistas.

No artigo completo sobre a “Relação do Cooperativismo com a Sucessão Familiar: análise, desafios, lições e estratégias preditivas”, que está à disposição em PDF a quem desejar se aprofundar, alguns tópicos chamam a atenção:

1 — MAIS DO QUE HERANÇA: A Sucessão é, mais do que herança, um legado, e uma família deve deixar à descendência uma memória planejada e transformadora da realidade da propriedade.

2 — SUCESSOR NÃO É CLIENTE, MAS TAMBÉM DONO: um sucessor nem sempre é uma pessoa com atributos iguais aos de seus pais, mas semelhantes aos deles, pois, em sendo assim, tudo continuará do mesmo modo na propriedade, o que nem sempre é conveniente. Ele não deve ser visto como um suplente comum em um cardo, mas como um dono na origem, assim como “uma cooperativa não possui associados, mas os associados possuem a cooperativa”.

3 — CARTA DA JUVENTUDE VALORIZA A VIDA E EVOCA ESFORÇO FAMILIAR E COOPERATIVO: informações obtidas na Carta da Juventude Rural/Pesqueira de Santa Catarina, escrita em 1999, fruto de um grande trabalho em parceria entre o Governo do Estado/Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e a Sociedade Catarinense, quando desempenhei a função de Gestor Estadual do Pró-Jovem, davam conta de que: a juventude carece de uma política pública governamental contínua e constantemente renovada, que assegure a qualificação profissional, oportunize o desenvolvimento de potencialidades humanas e das propriedades, além de valorizar aspirações e habilidades dos futuros sucessores.

4 — EXPERIÊNCIAS POSITIVAS AMPARAM A DECISÃO NO PROCESSO SUCESSÓRIO, ou seja, quanto maior a mesa da cooperação mais se comunga do mesmo pão e, quanto mais diversificada a propriedade familiar em termos de atividades agrícolas (cultivos e criações) e não-agrícolas (oficinas, marcenarias, confecções, indústrias, etc.), maior a chance dos filhos se tornarem sucessores por atividade.

5 — SUCESSORES COM CHEIRO DE TERRA E INOVADORES: um programa de sucessores rurais familiares deve focar no desenvolvimento humano, criando assim interessados em trabalhar e viver no campo, mas, sobretudo, sucessores com cheiro de terra e gosto pela vida no campo.

6 — FILHOS DO ÊXODO RURAL: os jovens, vendo-se desprezados de certo modo por essas entidades públicas e representativas, partiram em busca de melhores condições de vida (emprego, saúde, educação, lazer, valorização pessoal), abandonando as propriedades e os municípios, tendo como destino as cidades grandes.

7 — SUGESTÃO DE UM PLANO DE SUCESSÃO FAMILIAR COM BASE NOS PRINCÍPIOS COOPERATIVISTAS: parafraseando os princípios cooperativistas, os quais devem estar no seio do lar e da propriedade, estrutura-se uma proposta de encaminhamento para a formação de sucessores no âmbito da propriedade familiar.

8 — MAIS DO QUE PAPEL, MISSÃO DO COOPERATIVISMO: As cooperativas, ao lado das famílias, estão sendo desafiadas a tomarem decisões muito fortes ao longo das diferentes fases da empresa e da vida de cada um de seus associados. Fazer a sucessão é garantir a própria evolução qualificada.

9 — CONHECIMENTO DA REALIDADE INTERNA E EXTERNA: a importância do conhecimento referente ao passado, a pisada firme no presente e um olhar agudo no cenário futuro exige que estejamos adequadamente preparados não apenas tecnicamente, mas doutrinariamente iniciados na educação cooperativista, pois a cooperação humana é alavanca de desenvolvimento local e regional, nacional e planetária.

10 — PAIS E COOPERATIVISTAS SÃO CAPAZES DE INTERVIR ESPECIFICAMENTE EM CADA SITUAÇÃO: somos seres de relação, de famílias, e não nascemos para o isolamento, mesmo que temporário. Precisamos fazer surgir um diálogo intergeracional e cooperativo dentro das propriedades rurais familiares, onde tema da sucessão possa ser encorajado e bem administrado.

11 — HÁ VAGAS PARA SUCESSORES RURAIS FAMILIARES: a carência de sucessores e a supressão da população jovem por falta de incentivo e preparo ameaça o futuro da agricultura familiar. Somado a isso, dificuldades econômicas e razões culturais incentivam esvaziamento da população jovem no meio rural. 

12 — O DESAFIO DE PLANEJAR A SUCESSÃO FAMILIAR NA ATUALIDADE: um dos maiores desafios é planejar a sucessão atualmente, quando há cada vez menor número de jovens disponíveis para a sucessão familiar. Outro problema é que em muitas famílias capitalizadas não há sucessores e nas famílias mais numerosas não há terra para tanto, de modo que se possa manter a vitalidade dos negócios da propriedade.

 

 Entrevista com AINOR LOTÉRIO

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13 — APRENDENDO COM AS LIÇÕES DEIXADAS PELOS ANTEPASSADOS: o novo padrão de modernização da agricultura e do rural só se estabelece quando apreendermos as lições arduamente deixadas pelos antepassados (valorização das famílias, interesse pala comunidade, solidariedade pelos vizinhos, ajuda mútua e espírito empreendedor cooperativista) e abraçamos as necessidades tecnológicas de  inovação do presente.

14 — Porque AS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS AGRICULTORES TARDARAM EM REAGIR AO VAZIO DE SUCESSORES: o campo sempre anunciou o êxodo rural, que ocorreu massivamente e pouco se fez enquanto ele drenava famílias inteiras e filhos e filhas, os quais nem sempre encontraram a realização dos seus sonhos, mas o infortúnio da falta de oportunidades para todos nas cidades. Por que se demorou tanto a agir?

15 — A FAMÍLIA RURAL, OS NOVOS SUCESSORES E A COOPERATIVA: associar-se à cooperativa é formar uma potente família legalmente organizada, para vencer os embates competitivos num mundo globalizado, onde o longe de outrora é o aqui e agora. A terra da propriedade familiar não encerra a vida, mas possibilita sempre o seu recomeço; a cooperativa dá segurança e estabilidade aos negócios e geração de renda com base na sociedade de pessoas com objetivos e ideais comuns.  

16 — LIDERANÇA COOPERATIVISTA COM INTELIGÊNCIA E VISÃO DE COMUNIDADE: uma instituição cooperativa que não constitui um plano de sucessão em todos os níveis está fadada a morrer pela ausência de excelência humana, a única riqueza realmente verdadeira duma associação de pessoas com objetivos comuns. É primordial para uma entidade cooperadora edificar sucessores.

17 — ESTRATÉGIAS PREDITIVAS PARA ANTECIPAR A SUCESSÃO FAMILIAR: a análise preditiva objetiva avaliar o passado e o presente para prever o futuro da sucessão. Assim, a estratégia preditiva é montada através da junção do alto volume de informação produzida (em todas as áreas diariamente no mundo) com os avanços tecnológicos.  Prever ações para um futuro mais seguro é uma necessidade num mundo em constantes mudanças, e o é ainda mais necessário numa atividade desempenhado a céu aberto, como a agricultura.  

18 — NECESSIDADE DE NOVAS ESTRATÉGIAS COOPERATIVAS: as cooperativas de todos os ramos (atualmente sete: agropecuário, de crédito, de transporte, de trabalho, produção e bens de serviço, de saúde, de consumo e de infraestrutura) precisam assumir um pragmatismo de destaque na sensibilização de seus cooperados, sobre a importância da participação das famílias no processo sucessório.

20 — O RENASCIMENTO RURAL E O RESGATE DE EXPERIÊNCIAS NA AGRICULTURA FAMILIAR: nesse contexto, a sucessão rural familiar é um tema que jamais se esgota, mas que muita liderança retrógrada sabota, prejudicando de forma oculta e insidiosa, minando os sonhos de muitos sucessores, especialmente quando se agarram “com unhas e dentes” a seus conceitos e cargos.

21 — COOPERATIVISMO COM ESPÍRITO FAMILIAR-FORTALECENDO GERAÇÕES: uma família e uma cooperativa não se regulam apenas pelas leis do mercado, mas pelas relações humanas que fortalecem uma sociedade, pois a sociedade de pessoas é maior do que o mercado, podendo este ser excludente nalgumas situações. 

Com esse espírito familiar acolhedor em ação, a importância do cooperativismo passa a ser sentido a partir do seio do lar, de modo que possa incentivar aí o surgimento de novos sucessores para o agronegócio e novos sócios.

As novas gerações precisam ser iniciadas e educadas sobre a nobreza do verdadeiro cooperativismo, de maneira que entendam por que é que muitas cooperativas faliram, enquanto outras funcionam tão bem até nossos dias.

Uma cooperativa é uma entidade complexa, que inclusive muitos sócios não sabem como funciona, mas precisam se interessar no assunto, afinal, a empresa cooperativa é deles.

Em última análise, sucessão familiar acontece cooperativamente dentro da propriedade, pois é aí que a própria cooperativa nasce de verdade.            

20 out 2023

A COOPERATIVA TEM PRESENTE E FUTURO QUANDO INVESTE NA OQS

A COOPERATIVA TEM PRESENTE E FUTURO QUANDO INVESTE NA OQS

A riqueza da Sociedade Humana Cooperativa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas e contemporâneas na promoção do desenvolvimento sustentado (socialmente, ecologicamente e economicamente).

Os tempos da existência duma cooperativa podem ser vislumbrados em seu PASSADO, no seu PRESENTE e no seu FUTURO. O passado é a tradição que nos mostra onde estão suas raízes. O presente nos revela o poder do seu agir no agora. O futuro é uma projeção não garantida, fruto de planejamento, mas que só se efetivará com organização. E essa organização está diretamente fortalecida e clara, ou enfraquecida e escura dentro da teia da Organização do Quadro Social, a chamada OQS. Pode-se perceber que a organização alonga a vida da cooperativa para além desses tempos que o relógio pode marcar, ou sejam, os tempos cronológicos para um tempo além desses, o qual poderíamos intitular como tempo eterno cooperativa. Esse tempo ocorre quando ela tem o ideal de continuar o ideal traçado pelos pioneiros para o além daqui.

Quando se fala e se faz cooperativismo é necessário sonhar e filosofar, mesmo parecendo um devaneio, pois o ideal cooperativista tem sempre uma dose de utopia (“um lugar ou coisa que não existe”), quando se compara com a realidade (muitas vezes trágica) da economia capitalista (conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida). Todavia ela segue por associar socialismo com capitalismo no que há de melhor para todos.

A organização de qualquer sociedade (ainda mais duma cooperativa) requer um trabalho exigente, mas também apaixonante, onde dois pontos centrais, que correspondem aos grandes ideais dos fundadores: o sonho da unidade e o sonho de melhores resultados para todos.

A cooperativa tem presente e futuro se houver realmente união entre dirigentes e associados.

A unidade a ser vivida é aquela que respeita e valoriza as singularidades, as peculiaridades das famílias, comunidades e culturas que a compõem.  A riqueza da cooperativa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas e recentes, somando tudo para o bem comum do quadro social da cooperativa. Como um rio, vive de seus afluentes e da chuva que recebe, bem como da preservação das matas e vegetações ciliares. Se os afluentes estiverem enfraquecidos, degradados ou bloqueados, todo o rio é afetado e perde força e todos sofrem os malefícios ou carecem de melhores resultados.

Esta é a primeira ideia para a qual chamo a atenção de vocês: a cooperativa tem futuro se houver realmente união e não redução de unidade. O desafio é precisamente este: a unidade na diversidade, na esperança e sempre baseada na organização.

Toda organização cooperativa gravida para o bem se houver uma forte inspiração; caso contrário, prevalece o aparato burocrático, a desorganização, prevalece o paradigma tecnocrático, frio e desumano que, no entanto, não é fecundo porque não entusiasma as pessoas, não atrai as novas gerações, não envolve as forças vivas da sociedade na construção de um projeto comum.

Nesse sentido, a solidariedade cooperativa vem dizer que permanece sempre a verdade de que são os homens e as mulheres que fazem a diferença em todos os empreendimentos. Portanto, a primeira tarefa da cooperativa que se organiza neste campo é formar pessoas que, lendo os sinais dos tempos, saibam interpretar o projeto necessário na história de hoje, ou seja, no agora do agir cooperativista. E os dias atuais necessitam de mulheres e de homens animados pelo sonho de uma cooperativa unida e organizada a serviço de resultados positivos e sustentáveis.

Na que até aqui expomos, mesmo sendo em caráter geral, vemos que organizar o quadro social nas cooperativas é fundamental para a perpetuação da própria cooperativa e para o sistema cooperativista como um todo.

Através do processo de organização do conjunto de cooperados, que são seus legítimos donos, a cooperativa garante a representatividade dos interesses individuais e coletivo dos membros e a sucessão para a continuidade do empreendimento (na amplitude de todos os negócios e interesses cooperativos, sempre pautados pelo interesse na comunidade onde vivem e trabalham).

Todavia, a Organização do Quadro Social (OQS), se faz com transparência, participação e engajamento (comprometimento mesmo) de cada cooperado num ponto ou nó da OQS.  E isso depende de conhecimento sobre a doutrina, educação (valores e princípios), cultura cooperativa, legislação pertinente e normas de funcionamento (atenção especial ao estatuto social).

Importante observar que, somente com um conjunto (quadro) de cooperados bastante esclarecidos e conscientes do seu papel, a cooperativa assegura o seu desenvolvimento e perenidade. O exercício desse papel fica claro quando a OQS da Cooperativa possibilita a participação viva e eficaz em núcleos e comitês, que são estruturas importantes para apoiar os conselhos e dirigentes nas ações que visem o fortalecimento e crescimento da cooperativa.

Alguns dos benefícios da Organização do Quadro Social nas cooperativas:

  • Incrementa a mobilização dos cooperados na participação dos eventos assembleares;
  • Possibilita a integração entre os cooperados e com a cooperativa;
  • Oportuniza maior esclarecimento por parte dos cooperados sobre o papel de cada um e o propósito da cooperativa e sua prestação de serviços;
  • Assegura que dirigentes, executivos e colaboradores entendam as necessidades e anseios dos cooperados;
  • Proporciona a credibilidade e fidelização dos cooperados com a sua cooperativa;
  • Favorece o aumento do quadro social em função de maior visibilidade provocada pela atuação de cooperados mais comprometidos, com o sistema cooperativista e a sua cooperativa, nas comunidades em que atuam.

Fica evidente que a organização do quadro social (OQS) é peça fundamental e central do modelo cooperativista, garantindo a participação ativa, a gestão democrática dos cooperados e contribuindo no processo sucessório da cooperativa. 

 
 
21 jul 2023

Preleção – “O PODER DO PERDÃO” – MOVIMENTO DE IRMÃOS – Balneário Camboriú-SC

Numa noite de encontro de casais na intitulada salinha de encontros, saudamos cada um dos presentes com “O AMOR DO PAI, A PAZ DE JESUS CRISTO E A COMUNÃO DO ESPÍRITO SANTO”.
“ORAR NÃO É AUMENTAR O MEU PODER, MAS DAR PODER A DEUS SOBRE MIM, CONFIANDO NELE ATÉ O FIM” (Ainor F. Lotério).
Com a inicial do Ofício das Horas (resumidamente, é a santificação das horas do dia do cristão, através das várias horas canônicas: Laudes ou Oração da Manhã, Hora média, Vésperas ou Oração da Tarde, Completas ou Oração da Noite – Esta é a essência da Liturgia das Horas que pode e deve ser recitada por todos os fiéis) iniciou-se a motivação da Palestra ou pregação sobre O PODER DA ORAÇÃO.
“Abri, Senhor, os meus lábios para bendizer o vosso santo nome. Purificai o meu coração de todos os pensamentos vãos, desordenados e estranhos. Iluminai o meu entendimento e inflamai minha vontade para que possa rezar digna, atenta e devotamente este Ofício, e mereça ser atendido na presença da vossa divina Majestade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
FEZ-SE O ATO PENITENCIAL, um pedido de orações aos nossos irmãos ali presentes, à Virgem, aos anjos aos santos, e também um pedido de perdão a Deus.

Uma explicação sobre o “PODER”:
-Habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, existindo diversos tipos de poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, entre outros … O ESPIRITUAL.
-O PODER enquanto verbo que exprime um fato, localizando-o no tempo. Geralmente, exprimindo a ideia de ação, estado ou fenômeno, mas também pode expressar outros tipos de fatos), ter a faculdade ou a possibilidade de; possuir força física ou moral; ter influência, valimento.
-ORAÇÃO: súplica, pedido dirigido a Deus, a santo, a uma divindade; reza, prece; prédica, sermão, pregação.
Trata-se de um ato religioso no qual o homem procura manter uma ligação com seres divinos através da súplica, da ação de graças, do louvor, da adoração, entre outros propósitos.
A oração pode ser feita de forma individual ou em grupo, em um meio público ou privado. Também pode seguir um modelo formal ou ser feita de forma espontânea.
Todavia, a ORAÇÃO DEVE SER VISTA NÃO COMO UM PODER NOSSO, MAS UM PODER DE DEUS QUESE MANIFESTA EM NÓS.
Com o canto “SÓ O PODER DE DEUS pode mudar teu ser, a prova que eu te dou é que Ele mudou o meu. Não vês que sou feliz servindo ao Senhor: nova criatura sou, nova sou!”.
ORAÇÃO E SEU PODER.
-Oração é um ato religioso que visa ativar uma ligação, uma conversa, um pedido, um agradecimento, uma manifestação de reconhecimento ou, ainda, um ato de louvor diante de um ser transcendente ou divino.
-Então vocês me invocarão, se aproximarão de mim em oração, e eu os ouvirei. Jr 29:12
-E tudo o que vocês pedirem em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirem alguma coisa em meu nome, eu o farei. Jo 14:13-14
O poder da oração não vem de você. O poder está em Jesus. É Jesus que responde à oração e realiza o impossível. (Mas atenção! A oração é um pedido, não uma exigência a Deus. Jesus atende a oração quando isso glorifica a Deus.)
-Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que vocês sejam curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Tg 5:16
-Jesus liberta e transforma vidas. Se você orar com fé e temor, Deus expulsará todo poder do mal que causa opressão. Ore confiante da graça que Jesus Cristo concede através da oração.
– A oração é uma das principais formas de desenvolver intimidade com Deus.
-Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. Filipense 4:6
– “Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Mt 7:7-8
– E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão”. Mt 21:22
– E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei. Jo 14:13-14
Cantem o poder da oração, pois “ORAR É FALAR COM DEUS PENSANDO NO QUE SE DIZ, ABRINDO-LHE O CORAÇÃO, ESTANDO TRISTE OU FELIZ”.
Importante observar que no cristianismo a oração mais conhecida é designada por “Pai Nosso” ou “Oração do Senhor” e encontra-se no Novo Testamento da Bíblia Sagrada. Foi ensinada por Jesus Cristo como um modelo de oração (Mateus 6,7-15)
Um canto muito bem construído do Pe Zezinho diz que “ORAR COSTUMA FAZER BEM. O coração de quem se entrega à oração tem mil histórias pra contar. Orar costuma fazer bem. O coração de quem conversa com o céu tem tanta coisa pra dizer. Quando alguém se ajoelha invocando a grande luz. Quando o povo olha pro alto onde crê que está Jesus, uma força diferente, e é do céu que a força vem, toma conta dessa gente, o infinito ela contém. Não importa se não vem como esperava, orar costuma fazer bem.”
Os salmos, rezados por Jesus, são um exemplo poderoso de oração. Citamos o salmos 102: “SENHOR, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia, inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa. Porque os meus dias se consomem como a fumaça, e os meus ossos ardem como lenha.

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