*Ainor Francisco Lotério
Neste modesto artigo vamos dar um enfoque na pessoa, sua família e filhos. Tudo isto visto como ninho e nó da sociedade. Ninho, como meu canto próprio de realização pessoal e busca de autonomia para viver. Nó, como segurança dos que estão sob o mesmo teto, porém, ambos envolvidos numa só sociedade que oferece a todos oportunidades e riscos. Normalmente, a mãe e o pai ajudam sempre aquele filho que mais necessita de ajuda, mesmo que tenha cometido erros, sido ingrato e os outros reclamem. Os pais sabem que no mento da necessidade todos são filhos, mas é necessário primeiro socorrer, ajudar àquele que tem maior necessidade… Todavia, não devem esquecer que no momento da correção nenhum deve ser protegido. Ou seja, não é porque não sou ajudado que não devo ser corrigido e até repreendido.
Uma história para exemplificar
Vou reforçar o pensamento supracitado contando a vocês uma história que pude presenciar há pouco tempo:
Certa manhã, numa conversa muito agradável no café da manhã, pais de certa família fizeram aquela pergunta tradicional ao filho mais novo, que com eles à mesa estava: “De quem você é, meu filho, do pai ou da mãe?”
Imaginavam obter do filho a confirmação de que continuava a distribuir amor por igual entre pai e mãe. Entretanto, foram surpreendidos com uma resposta brilhante, de um garoto de apenas 10 anos de idade: “Eu sou do pai, da mãe e meu!”.
Os pais ficaram entusiasmados com aquela resposta inusitada, pois vinham falando ao filho que ele devia ser uma pessoa autonomizada, que soubesse o que estivesse fazendo e que seus sonhos fossem gerados em sua própria alma.
Aqueles pais diziam ao filho que “quem não se autonomiza, escraviza-se”, pois a sociedade escolhe o caminho para aqueles que não sabem o que querem e que estão ao sabor dos ventos.
Quantos fazem isso nos dias atuais, em que a lei do mercado e a quebra de princípios e valores são os novos deuses? Poucos!
DOMÍNIO DE SI
Ora, o que o ser humano mais necessita é ter o domínio de si e ter a sua própria vida em suas mãos. Isto é tem autonomia.
Quem tem o domínio de si sabe que pode tirar de dentro tudo o que for necessário para uma vida plena e feliz. É dentro do de cada ser humano que está o suprimento, e ninguém pode tirar de outro aquilo que mais precisa para dar sentido à própria vida: um sonho, uma realização, um propósito…
Quando temos a certeza de que nossas idéias e convicções são mais fortes do que as opiniões externas sobre nós, então podemos dizer que temos a nossa vida em nossas mãos. Isto não quer dizer que devamos deixar de ouvir conselhos, opiniões, orientações e aceitar auxílios, desde que não nos desviem do nosso nobre objetivo principal.
Sob todas as óticas, desde a espiritual, a intelectual, a física, social, econômica, ecológica etc, somos competentes não por aquilo que penduram em nós pelo lado de fora, mas por aquilo que conseguimos agregar em nosso interior, ou seja, o que temos pelo lado de dentro.
*Professor/Palestrante/Psicopedagogo/MSc em Gestão de Políticas Públicas/Instituições, cultura e sustentabilidade.