COOPERATIVISMO NA ESCOLA: UM MOVIMENTO ORGÂNICO QUE GERA VIDA FORTE
Por Ainor Lotério
O cooperativismo é uma filosofia de vida baseada em valores como solidariedade, responsabilidade, ajuda mútua e gestão democrática. No ambiente escolar, representa um movimento orgânico capaz de integrar gerações, fortalecer consciências e gerar vínculos duradouros entre escola, família e comunidade. Cada sociedade de pessoas, intitulada cooperativa, deve ser considerada um organismo vivo que nasce da terra e do trabalho coletivo, conectando pessoas, saberes e sonhos para gerar uma vida forte, próspera e enraizada no bem comum.
Escola e comunidade em conexão.
Na Escola Nucleada Laudelino Borguezan, em Santo Antônio — Urubici–SC, houve um importante exemplo dessa integração: uma palestra sobre cooperativismo conduzida pela escola
voltada para todo o corpo escolar e a comunidade local. A iniciativa destacou como práticas como compostagem e produção de sabão ecológico podem ser incorporadas ao cotidiano, fortalecendo o compromisso com o bem comum e a sustentabilidade.
Educação financeira e protagonismo estudantil.
Inspirados por experiências reais como essa, os alunos são incentivados a desenvolver competências de autogestão e planejamento, ao gerarem receita com a venda de produtos sustentáveis. Ao mesmo tempo, assumem papéis de liderança na divulgação e condução dos projetos, exercendo valores cooperativistas de responsabilidade e participação ativa.
Cooperativa mirim: cidadania, na prática
A proposta avança com a formação de cooperativas mirins, espaços onde estudantes experimentam na prática a gestão compartilhada, a adesão voluntária e a intercooperação. São laboratórios de cidadania que reforçam a importância de princípios como a equidade e o interesse pela comunidade.
Sustentabilidade com consciência.
Transformar resíduos orgânicos em adubo ou reutilizar óleo de cozinha para fabricar sabão não é somente um ato técnico — é uma educação socioambiental que muda como os alunos (e suas famílias) veem a natureza e o lixo. Isso promove a conscientização ambiental concretamente, despertando atitudes sustentáveis para o futuro.
Conclusão.
Projetos como o desenvolvido em Urubici mostram que o cooperativismo nas escolas é muito mais do que teoria: é ação, transformação e comunidade. Quando guiado por valores sólidos e protagonizado pelos estudantes, torna-se um vetor de educação integral, cidadania ativa e sustentabilidade para as próximas gerações.
O cooperativismo é um movimento orgânico porque nasce da terra, do trabalho coletivo e da confiança mútua — uma força viva que gera pertencimento, prosperidade e transformação social.
Mais que uma estrutura econômica, o cooperativismo é um organismo vivo que pulsa no coração das comunidades, conectando pessoas, saberes e sonhos.
Quando cultivado com valores e participação, o cooperativismo floresce como uma vida forte, sustentável e enraizada no bem comum.
Ainor Lotério
Palestrante, educador cooperativista e consultor em desenvolvimento rural: www.ainor.com.br