* Ainor Lotério
Quando eu era criança, meus pais, a professora da escola multisseriada e as pessoas da nossa comunidade procuravam me educar com um olhar voltado à solidariedade. Cresci aprendendo e praticando que uns não são mais do que os outros e que um ser humano depende do outro por viver no mesmo mundo.

Na igreja, ensinava-se que ninguém se salvava sozinho. Porém, o que eu nunca entendi foi este dito: “a porta do céu é estreita”. Como fazer então para entrarmos todos no céu? Devíamos entrar em fila? Quem iria entrar primeiro, os mais velhos? Pior ainda quando ouvia o dito “cada um pra si e Deus pra ninguém!”.  Ora, se Deus é causa necessária e fim último de tudo que existe, amor como sonho dourado de fazer do mundo uma casa de cooperação, como poderia ser assim? 
Nas rodas de conversas de amigos da comunidade, aprendi também que quem ganha dinheiro apenas para ter mais, quase sempre não encontra um significado para a sua luta diária. Isto ficou mais claro para mim quando o meu avô disse: “Se dinheiro fosse tudo, não havia rico triste nem pobre alegre. Nós precisamos saber ganhar e investir!”.
Mais adiante
, conheci os ensinamentos de Charles Darwin sobre a seleção natural, onde sobrevive o mais forte e hábil. Esta lei foi reinterpretada por meu pai do seguinte modo: “Quem pode, pode. Quem não pode se sacode!”, ou:
“Quem pode, vai. Quem não pode, fica. Então, preparem-se!”
Mais tarde
, aprendi sobre a lei do mercado, da oferta e da procura e que não importava o caminho a percorrer, nem o que fosse preciso ser feito para se conseguir o que se quisesse. Neste ponto entendi que o significado de “cada um para si e Deus para todos” quer dizer mesmo “cada um para si e Deus para ninguém”, já que o sonho dourado é fazer do mundo uma casa de cooperação.
O tempo passou, e hoje estamos tomando conhecimento de outra lei, “a lei da sustentabilidade”. Esta “lei” nos mostra que há uma ligação em tudo, pois associa prosperidade, vida de qualidade para a humanidade e preservação dos recursos naturais. Uma fórmula que procura fazer com que todo recurso utilizado no presente para produzir, ganhar, viver, divertir, morrer, ressurgir… continue existindo para as gerações futuras. Bom para o planeta não é mais aquele que se especializa em arrancar o que pode do meio ambiente e dos outros para si apenas, mas sabe que há uma ligação em tudo e por isto deve ser solidário, cooperativo.
Bom para o planeta é aquele que age de modo agrosófico (mística da vida com base no agro), que entende que enquanto houver seiva haverá sangue, não mais, e que sabe o jeito certo de ganhar dinheiro, gerando prosperidade no campo e nas cidades.
Bom para o planeta é aquele que sabe que uns dependem do outros, vivendo um verdadeiro espírito mosqueteiro: um por todos e todos por um. Este entendeu a
NOVA LEI: PRODUZIR, COOPERAR, GANHAR, VIVER E PROMOVER A VIDA!
Um abraço amigo e até breve, na alegria de viver.
* Engºagrônomo, MSc,Professor/Palestrante
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