Por Ainor Lotério*

Num tempo em que o campo transbordava de jovens, as autoridades não previram a falta de sucessores. Hoje, ao vermos esses jovens ávidos por conhecimento, recordamos com saudade os dias de trabalho com os filhos e filhas dos agricultores. Deveríamos ter nos dedicado mais, sindicatos, cooperativas, administrações públicas, igrejas…promovendo acesso à terra, ensinando gestão de vida e propriedade, não apenas produzir e ganhar mais. A renda não é tudo, há forças humanas que nos mantêm no campo. Hoje, milhares de jovens sem rumo nos fazem lembrar o quanto poderíamos ter investido neles. No passado, terras baratas e famílias numerosas mantinham o campo vivo, mas as cidades seduziram muitos com suas promessas de felicidade. O êxodo rural gerou problemas sociais, mas hoje, a agricultura familiar tornou-se chique em estados como Santa Catarina. O Brasil sofreu com políticas de concentração de terras e apoio limitado aos agricultores familiares. Para falar de agricultura familiar, é preciso compreender os caminhos que levaram os agricultores ao campo, escolhendo novos caminhos para a realização dos jovens na sucessão: dificuldades enfrentadas na linha sucessória, como o êxodo rural, falta de estímulos para incentivar os jovens, o atrativo das cidades e o desinteresse pela vida no campo. O campo mudou, e o sonho parece virar ilusão para muitos jovens. Eles têm mais formação, mas também mais desemprego. O rural agora agrega valor a bens antes não consumidos, mas a juventude sofre com a falta de perspectiva na agricultura. Hoje, a preocupação é com a sucessão rural, preparando jovens para o futuro. Agricultura, a atividade mais nobre do mundo – uma mensagem à sociedade.

*AINOR LOTÉRIO “Quem saber quem sou, olhe para o www.ainor.com.br”.