COOPERATIVISMO: Uma Jornada de União e Prosperidade
Ainor Loterio — palestrante e instrutor cooperativista.
Você já se perguntou como um grupo de tecelões na Inglaterra do século XIX revolucionou como as pessoas se unem em busca de um futuro melhor? Prepare-se para descobrir a história inspiradora do cooperativismo, um movimento que transformou vidas e comunidades ao redor do mundo.
Neste post, exploraremos os pilares que sustentam o cooperativismo, desde sua origem humilde até sua legislação e impacto na sociedade. Abordaremos a importância da educação e formação, a organização e representação das cooperativas, e como seus valores e princípios moldam um modelo de negócio mais justo e equitativo.
Se você visa entender como a colaboração e a solidariedade podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social, este post é para você! Prepare-se para se surpreender com a força do cooperativismo e como ele pode ser a chave para um futuro mais próspero para todos.
Essa abordagem holística ao cooperativismo, que abaixo apresentaremos, reflete a importância de equilibrar objetivos econômicos com responsabilidades sociais, garantindo a sustentabilidade e a relevância do movimento cooperativista no mundo moderno:
- ORIGEM, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E DOUTRINA
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Origem: o cooperativismo surgiu na Europa durante a Revolução Industrial no século XIX, como uma resposta às más condições de trabalho e à exploração econômica. Em 1844, um grupo de tecelões em Rochdale, na Inglaterra, fundou a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, que é considerada a primeira cooperativa moderna. Eles estabeleceram os “Princípios de Rochdale”, que ainda influenciam as cooperativas até hoje.
Evolução histórica: após a fundação em Rochdale, o movimento cooperativo se espalhou pela Europa e pelo mundo. Na Alemanha, Friedrich Raiffeisen e Hermann Schulze-Delitzsch desenvolveram cooperativas de crédito para apoiar pequenos agricultores e artesãos. Na Itália, Luigi Luzzatti foi uma figura importante na criação de cooperativas de produção e consumo.
No Brasil, o cooperativismo começou no final do século XIX e se expandiu rapidamente no século XX, com destaque para o setor agrícola. A criação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em 1969 marcou um passo significativo na organização e representação do movimento no país.
Doutrina: a doutrina cooperativista é um conjunto de valores (autogestão, solidariedade, ajuda mútua, responsabilidade social e econômica), princípios e práticas que orientam o funcionamento e a filosofia das cooperativas. Ela se baseia na ideia de que a cooperação entre indivíduos pode alcançar objetivos econômicos, sociais e culturais de forma mais eficiente e justa do que a concorrência individualista. As cooperativas são sociedades de pessoas, visam ao benefício mútuo dos membros, em vez do lucro individual, e operam de forma transparente sob princípios democráticos, onde cada membro tem igual direito a voto.
- EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO
A educação cooperativista é um processo contínuo de formação e desenvolvimento que visa capacitar os membros, dirigentes e funcionários das cooperativas para compreenderem, adotarem e praticarem os princípios e valores do cooperativismo. As cooperativas investem na capacitação de seus membros, dirigentes e funcionários para garantir a eficiência e a sustentabilidade das operações.
Educação: a educação cooperativista envolve a disseminação dos princípios e valores do cooperativismo, bem como a formação técnica e gerencial dos membros. Muitas cooperativas oferecem programas de educação contínua para desenvolver habilidades específicas e aumentar a competitividade no mercado.
Formação: a formação inclui treinamentos, cursos e workshops sobre gestão cooperativa, finanças, marketing, governança e outros aspectos relevantes para a operação eficiente das cooperativas. É fundamental que todos os membros compreendam os aspectos econômicos e sociais de suas cooperativas.
Informação: a informação transparente e acessível é um dos princípios do cooperativismo. As cooperativas mantêm os membros informados sobre as atividades, resultados financeiros e decisões estratégicas, promovendo a participação ativa e consciente.
- ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E DEFESA
Organização: as cooperativas são organizadas (quadro social) de forma democrática e descentralizada, permitindo que os membros participem ativamente nas decisões. Elas podem ser organizadas em diferentes ramos, como cooperativas de agropecuário; consumo; crédito; infraestrutura; saúde; trabalho; produção de bens e serviços; e transporte.
Representação: a representação das cooperativas é realizada por entidades de segundo e terceiro graus, como federações e confederações. No Brasil, a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) atua na representação política e institucional das cooperativas, defendendo os interesses do movimento cooperativista junto ao governo e à sociedade. A representação das cooperativas nos estados é realizada por entidades chamadas OCE’s (Organizações Estaduais das Cooperativas; em SC temos a OCESC – Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina), que funcionam como filiais ou extensões da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).
Defesa: a defesa dos interesses das cooperativas envolve a atuação em políticas públicas, legislação e regulamentação. As organizações representativas trabalham para garantir um ambiente favorável ao desenvolvimento das cooperativas, promovendo a inclusão social e econômica.
- VALORES, PRINCÍPIOS E LEGISLAÇÃO
Valores: os valores cooperativistas incluem ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. As cooperativas também valorizam a honestidade, transparência e responsabilidade social.
Princípios (do cooperativismo): os princípios cooperativistas garantem uma estrutura democrática e inclusiva, possibilitando que as cooperativas operam com autonomia e independência.
- Adesão voluntária e livre
- Controle democrático pelos membros
- Participação econômica dos membros
- Autonomia e independência
- Educação, formação e informação
- Cooperação entre cooperativas
- Interesse pela comunidade
Legislação: no Brasil, a legislação cooperativista é regida pela Lei n.º 5.764/1971, que define a Política Nacional do Cooperativismo e regula o funcionamento das sociedades cooperativas, estabelecendo os direitos e deveres dos membros, a estrutura organizacional e as normas para a operação das cooperativas. Além dessa “lei maior”, existem outras normas e leis (complementares, código civil, normas setoriais, medidas provisórias, resoluções do Banco Central, Regulamentação e Fiscalização, Tributação, etc.) que complementam a legislação cooperativista no Brasil.
- GESTÃO, GOVERNANÇA E RESULTADOS
Gestão: a gestão das cooperativas envolve a administração eficiente dos recursos, a tomada de decisões estratégicas e a implementação de políticas que garantam a sustentabilidade e o crescimento da cooperativa. A gestão deve ser participativa e transparente, com a inclusão dos membros nos processos decisórios.
Governança: a governança cooperativa se baseia em princípios democráticos, onde cada membro tem direito a um voto, independentemente de sua participação financeira. As cooperativas adotam práticas de boa governança para assegurar a responsabilidade, a transparência e a prestação de contas.
Resultados: os resultados das cooperativas são medidos não apenas pelo lucro financeiro, mas também pelo impacto social e econômico na comunidade. As cooperativas promovem o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos membros e da sociedade em geral.
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CONCLUSÃO: aplicando essa estrutura, você pode obter uma visão completa e detalhada de qualquer cooperativa em particular, compreendendo melhor seu funcionamento e contribuição para a comunidade e seus membros.