Ainor Lotério*
Este é um causo caboclo (um tanto longo, mas vale a pena lê-lo) que vou lhes contar para valorizar A MISSÃO DA MULHER e como fazer para criar um cidadão por inteiro, a partir do ventre.
Eis o causo ou história fictícia ou estória:
Passados nove meses e cinco dias, contados na ponta do lápis, e nada daquela criança tão esperada nascer. Os pais ficaram preocupados e trataram logo de providenciar uma parteira experiente. Os tempos eram difíceis, pois moravam no meio rural, lugar em que os partos eram conduzidos por estas hábeis mãos de luz, muitas vezes transportadas quilômetros no lombo de cavalos, carroças ou carros de bois.
Enfim, a parteira grandota chegou a casa e foi à cama da mãe, que ansiosa a esperava para iniciar o “parto forçado”. Iniciou o processo e vendo que não estava fácil solicitou ajuda ao pai da criança (que na cozinha esfregava uma mão à outra tentando “acalmar os nervos”, para finalmente ouvir o choro do guri e dar um sorriso de pai vencedor).
Prontamente, o progenitor lançou mão do método mais rústico e rue da época, lá no meio rural: amarrou a cama da esposa num canto do galpão e uma corda na cintura da parteira. Pegou firme na outra ponta e começou a puxar a parteira, enquanto esta segurava firme e fazia seu trabalho de parto. Após muito esforço, com o uso até de uma catraca para tracionar com mais força, a criança botou a cabeça para fora e deu um grito: “EU NÃO QUERO NASCER!”
Assustadíssima com aquele que se recusava a nascer, mas que já estava falando, a mãe, entre lágrimas de dor e alegria, passou a mão carinhosa em sua cabeçinha e perguntou: “Por que você não quer nascer, meu filho?”
-Eu não quero nascer por que uma amiga da mãe foi lá em casa quando eu estava com sete meses, passou a mão sobre a “barrigona” da mãe e disse: “É, mais uma criança no mundo para sofrer. Então, EU NÃO QUERO NASCER PARA SOFRER!”.
Afirmaram os pais em uníssono: “Meu filho, podes nascer que nós vamos te preparar para viver, não para sofrer!”.
E assim fizeram mãe e pai, cumprindo seu compromisso, até que aquele garoto atingiu a idade e o preparo ideal para uma vida de qualidade em nossa sociedade. Diferentemente de muitos pais que apenas colocam filhos no mundo, mas, irresponsavelmente ou por falta de preparo, não se esmeram em fazer deles homens e mulheres felizes e vencedores.
A TODAS AS MULHERES que, muitas vezes sozinhas (são a maioria quando há separação) desempenham o papel de pai e mãe os nossos redobrados agradecimentos.
A TODOS HOMENS que assumiram este compromisso e nunca desistiram dele (esmo separados) de preparar seus filhos para viveram felizes.
Finalmente, os meus profundos agradecimentos a todos aqueles que se doam pelo bem de todos os que nascem, construindo-os para uma vida de qualidade.
*Palestrante (www.ainor.com.br; contato@ainor.com.br)