O Primeiro Encontro de Conselheiros, Líderes, Associados e Associadas, Jovens e colaboradores aconteceu na Sede da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis-GO, em cooperação com o Sistema OCBO/SESCOOP-GO.
“Com um número bem representativo da diretoria e quadro social, os presentes se mostraram extremamente interessados pelo tema, uma vez que esta questão afeta toda propriedade agrícola ou organização de pessoas”, comentou o Prof., Ainor Lotério, após apresentar o tema entremeado de experiência que ele próprio obteve em sua jornada profissional (extensionista de juventude rural e gestor de programas de juventude ligados à Epagri-Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina).
“A ideia foi lançar a semente do trabalho em sucessão e depois continuar cultivando, pois precisamos trazer o público jovem, os que ainda estão no campo com suas famílias, para a cooperativa”, afirma Marielle Menezes, coordenadora do evento. Pensamento corroborado por Emival Vicente (Valim), Presidente da COOMAP (Cooperativa Mista Agroindustrial).
Diversos temas relacionados à sucessão no campo têm sido tratados nas últimas décadas. No entanto, apesar da atenção dada agora, necessário se faz reconhecer que o tema é urgente e que muito tempo já se perdeu. Foi pensando assim que a COOMAP-Cooperativa Agropecuária de Palminópolis lançou a semente junto à liderança e diretoria, no afã de iniciar um plano de sucessão no campo e no seio da própria cooperativa.
A relação entre o cooperativismo e a sucessão familiar, um dos principais desafios a serem enfrentados na atualidade. Família e cooperativa não são entidades ambivalentes, mas organizações voluntárias, abertas ao desenvolvimento, que têm interesses comuns na mesma sociedade onde se fundam. O conhecimento da realidade das famílias e jovens e a revisão da literatura mostram-nos que a perspectiva da sucessão interfere de maneira importante nas estruturas de produção, geração de renda e bem-estar das propriedades e cooperativas (ABRAMOVAW, 1998).
O objetivo é entender a influência e os desafios do cooperativismo na definição de novos sucessores familiares, bem como sugerir estratégias que facilitem o processo sucessório cooperativo-familiar, acolhendo os sucessores potenciais não como simples herdeiros, mas como legatários ideais dos empreendimentos e sonhos familiares cooperativistas.
MAIS DO QUE PAPEL, MISSÃO DO COOPERATIVISMO
O cooperativismo tem, por sua necessidade de sucessores para a sua expansão com lideranças conscientes, como missão fazer acontecer a sucessão rural familiar. As cooperativas, ao lado das famílias, estão sendo desafiadas a tomarem decisões muito fortes ao longo das diferentes fases da empresa e da vida de cada um de seus associados. Fazer a sucessão é garantir a própria evolução qualificada.
Quando vemos que 78% (setenta e oito por cento) das propriedades rurais de Santa Catarina produzem no sistema de Agricultura Familiar, nos convencemos da importância dessa produção para a economia catarinense. Esses dados dão destaque à produção animal e vegetal, fazendo com que Santa Catarina tenha uma agricultura familiar altamente produtiva e inserida no agronegócio. No entanto, isso só é possível graças à envergadura, capilaridade e eficácia do nosso cooperativismo em todos os ramos, mas especialmente o agropecuário e o de crédito. Nosso destaque deve se dar pela produtividade e qualidade de tudo o que é produzido.
A “relação do cooperativismo com a sucessão familiar” deve ser analisada na perspectiva dos desafios atuais por que passa a agricultura familiar (necessidade mão de obra disponível e qualificada, concepção de sucessores, adoção de novas tecnologias, produção de maneira diversificada e sustentável, além de gerar renda e vida de qualidade).
Alguns temas como “SUCESSÃO NO CAMPO, NOVOS RUMOS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO TECNOLÓGICO E DA EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO”, a “INCLUSÃO, DIVERSIDADE E SUCESSÃO NO CAMPO: A MULHER E SUA INTELIGÊNCIA COOPERATIVA”, a “SUCESSÃO FAMILIAR COMPARTILHADA – Fortalecendo Gerações”, a “Sucessão Familiar: Empreendedorismo, Renda e Agregação de Valor”, mais “Os Desafios do Campo: Motivação, Sucessão e Prosperidade”, a “Juventude: Realização Profissional e Sucessão”, a “Agricultura Familiar: Produção, Filosofia de Vida e Sucessão”, além de palestras para jovens aprendizes sobre Sucessão Rural, “LIDERANÇA COOPERATIVISTA PARA A SUCESSÃO”, também “COOPERATIVISMO – LIDERANÇA, SUCESSÃO”, indo à “SUCESSÃO FAMILIAR NO COOPERAVIVISMO” e à “CULTURA ORGANIZACIONAL COOPERATIVISTA” já foram trabalhados e postados em nosso portal (www.ainor.com.br).
A grande preocupação é a FORMAÇÃO E SUCESSÃO DE LIDERANÇAS, onde “o lado de dentro” da Cooperativa precisa ser trabalhado juntamente com as famílias.
PAIS E COOPERATIVISTAS SÃO CAPAZES DE INTERVIR ESPECIFICAMENTE EM CADA SITUAÇÃO. Somos seres de relação, de famílias, e não nascemos para o isolamento, mesmo que temporário. Necessitamos, portanto, remover certo entrave verificado dentro das propriedades rurais, onde o diálogo entre pais e filhos sobre o tema sucessão é tímido ou inexistente.
Essa constatação posso fazer com base em várias parcerias (como palestrante, instrutor e consultor) que desenvolvi com cooperativas, gestão pública e agremiações jovens (grupos, pastorais etc.), em palestras e encontros em eventos e cursos do serviço de extensão rural desenvolvidos pela Epagri em seus Centros de Treinamento, Rio Grande Jovem – Emater-RS/ASCAR, parceria com a OCESC na realização do Pró-Jovem Rural e Pesqueiro de SC, entre outros.
Desejamos ser colaboradores uns dos outros, bastando que haja incentivo e motivação para tal. Como seres de criação temos dons, talentos e habilidades que devem ser postos à serviço da comunidade. Nesse espírito entra a educação cooperativista, onde a cooperação passa a ser uma atitude e o cooperativismo uma filosofia de vida, assim como deve ser vista a unidade familiar por todos os integrantes e, especialmente os futuros sucessores.
“Em função de uma sucessão exitosa e dum legado marcante, precisamos fazer surgir um diálogo intergeracional e cooperativo dentro das propriedades rurais familiares, onde tema da sucessão possa ser encorajado e bem administrado. E, mais do que herança, uma família deve deixar à descendência uma memória planejada e transformadora da realidade da propriedade. Desse modo, sucessão familiar não deve ser encarada de maneira casual ou apenas como um direito à herança patrimonial, mas consoante com um processo de transferência de legado pessoal, familiar, ambiental, financeiro, social e sustentável. A própria palavra ‘familiar’ soa como algo caseiro, pessoal, íntimo e privado, estando afeta ao domínio de cada unidade familiar. À vista disso, percebe-se que a sucessão familiar abarca tudo o que está dentro e fora da propriedade, ou seja, os bens patrimoniais e o conceito de família e atividade desenvolvida”, conclui o Prof. e Engenheiro Agrônomo, Ainor Lotério.

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