07 fev 2018

PAIS FROUXOS, FILHOS SOFREDORES, PAIS FIRMES, FILHOS FELIZES!

Você está achando este título um tanto grosseiro: pais frouxos, filhos sofredores?

Pois eu vou lhe explicar rapidamente por que o utilizei.

Pais frouxos quer dizer pais que pouco se importam com a educação e com o caminho que os filhos estão tomando. Significam também pais folgados, sem energia, moles na relação com seus familiares e imprevidentes aos assédios das “maldades do mundo”. Não se importam no que “a coisa” vai dar. “A coisa” aqui entendida com sendo a vida dos próprios filhos. Porém, na sociedade contemporânea, gosto de definir pais como pessoas valentes. Pessoas que não desistem da educação dos seus filhos e filhas, não aceitando o caminho da mediocridade, da coisa pequena e da resignação com os obstáculos que a vida lhes oferece.

Filhos sofredores têm aqui a ver sim com a maneira com que eles encaram ou sentem as dores da sua existência. Filhos despreparados, via de regra, serão filhos sofredores. Sofredores por não vencerem no jogo que é jogado pela sociedade. O jogo dos relacionamentos. O jogo do emprego e do desemprego, com a substituição do homem pela eficácia da tecnologia.

Confira o vídeo abaixo conversando um pouco sobre Família e doação.

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Pais firmes se preocupam com o jogo da realização e da busca da felicidade, tanto pela retórica quanto pela inclusão na sua vida da Palavra que edifica, que cura, que restaura e que nos faz filhos do Altíssimo, não das dores impostas por falta de zelo, disciplina e amor.

Mediante a crise de valores vivenciada por muitas famílias no cenário atual, urge que se invista na educação familiar baseada na firmeza de propósitos e na coragem para educar sem rodeios. A constante busca da evolução faz da família uma célula cada vez mais fundamental para o progresso social de maneira harmônica, duradoura e sustentável. Família é missão séria e a educação dos filhos é um constante ato de investir, ora podando comportamentos e atitudes negativas (como se faz numa árvore para se evitar que os brotos ladrões levem os nutrientes e prejudiquem a frutificação), disciplinando, compreendendo-os, porém, sempre agindo com vigor e reafirmando os valores que devem reger o seio do lar, sobretudo o amor.

Na sociedade contemporânea educar sem determinação ou sem o mínimo de rigidez, é não fazer os filhos e filhas entenderem que a vida é um negócio pra gente forte, determinada, empenhada na realização de seus sonhos. Afinal, há competição e oferta de drogas (ou chances doentias) e oportunidades saudáveis pra todo lado que se olhe. No tocante à competição mercadológica, noto que está mais orientada para a destruição do outro, com pouca ou quase nenhuma sensibilidade solidária, do que para vencer-se a si mesmo. E a saída está em envolver os filhos e a família num contínuo e sustentado processo de evolução e busca.

Como acredito que os problemas que temos na sociedade são os que escapam de dentro das casas, e que não há política pública nem escola sozinha que endireitem as “torturas” que estão saindo de dentro de algumas casas a responsabilidade dos pais ser requerida constantemente.

Uma educação sem vigor e pouco amor, fruto de pais fracos e negligentes só pode gerar, via de regra, filhos de comportamento débil, covardes, medrosos, descontentes e sofredores.

Não é uma questão de culpa e erro, mas uma questão de dar respostas à sociedade e ao Pano do Pai de fazer do mundo uma casa de irmãos. Quem hoje é filho, amanhã poderá ser pai, ou conviverá com filhos menores. Portanto, dá pra ver que deste compromisso ninguém pode escapar, e que a sociedade tem um local de qualidade para nascer e evoluir melhor, que são as nossas famílias.

Ninguém nasce feito e a educação, enquanto princípios e valores, deve ser iniciada em casa, necessitando, portanto, da orientação dos que estão indo à frente. E quem está indo (ou deveriam como dever seu) à frente são os pais, em primeiro lugar.  O problema é que muitos pais “colocam” filhos no mundo sem a dimensão do tamanho dessa responsabilidade, mas como fruto do acaso. Portanto, é necessário (parafraseando o Sl 50) que se crie nos filhos, desde cedo, um coração que seja puro, dando a eles um espírito decidido, mantendo-os próximo da face de Deus, envoltos num espírito de elevado amor. Só que para isto acontecer necessitamos de mais pais determinados e comprometidos com a felicidade dos seus filhos.

Pode acreditar, há, no mínimo, uma chance quando agimos nessa linha, do que na frouxidão.

Ainor Francisco Lotério.

19 set 2017

COMO FORTALECER A FAMÍLIA?

Ainor Francisco Lotério

Muitas pessoas têm o hábito de culpar os outros por seus problemas, em lugar de assumirem responsabilidades por isto. Acaba virando um vício. Como culpar alguém ou uma força maior pela má educação e preparo de um filho?

Disposição moral, caráter, temperamento estão presentes em quem se preparou para enfrentar os embates da jornada existencial.

Indisposição moral, falta de caráter, destempero pessoal estão presentes em quem não se preparou para enfrentar a caminhada.

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Qual a importância da Educação? <<

Modificar a substância, sem lhe alterar a essência é impossível, assim como é impossível alguém mudar de vida sem alterar sua essência comportamental.

Cada ser humano pode ter uma tendência ou uma vocação na vida. Entretanto, quanto mais este ser humano receber orientação vocacional, tanto maior será sua chance de acertar no alvo.

A maneira ou forma particular de fazer as coisas, ou de falar de uma pessoa vem em grande parte da família. E ressalto aqui, que a família é a grande, se não a maior contribuinte para a formação do ser pessoa depois de nós mesmos. A pessoa é portadora de corpo, alma e espírito. E a integração psíquica, parafraseando Santo Agostinho, se dá através do contato que temos com nosso interior. Assim, quando sabemos integrar bem o aprendizado que adquirimos com nossos educadores, muito mais seremos pessoas bem realizadas e íntegras.

A disposição de espírito das pessoas é grandemente influenciada pelo modo de ser da família, especialmente os pais, e seus amigos mais achegados. Os parentes também influenciam muito.

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Agora, o jeito, a habilidade, a destreza que cada pessoa tem é algo que ela pode ter desenvolvido, a partir da descoberta de uma potencialidade e de treinamentos.

Então se isto é possível, porque não nos preocuparmos mais em casa com o modo de ser dos nossos filhos?

Isto é possível de ser feito quando nos fazemos parceiros do seu desenvolvimento e não um policiais ou detetives dos seus comportamentos, xingando-os a todo o momento. Devemos assim, saber promover um diálogo de liberdade para com nossos filhos, promovendo o crescimento constante.

Quanto à maneira de vestir, a moda que nossos filhos e filhas adotam, a nossa capacidade de influenciar também pode ser grande, dependendo da maneira como abordamos.

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As diferentes expressões de comportamento de uma mesma pessoa revelam equilíbrio ou falta dele na escola do melhor ensinamento e, em última instância, são reveladores de como as coisas foram processadas dentro de casa. Isto pode ser considerado como um reflexo do lar. Não me refiro aqui se positivos ou negativos, mas, sim a importância que assumo o dia-a-dia dentro de uma casa, lugar de morada da família.

O que posso dizer, por experiência própria e acompanhamento de diversas políticas públicas e projetos de trabalhos junto à comunidade, é que ordem, pedido, conselho, exortação ou súplica fazem bem aos filhos, quando direcionados a eles com sentimento de amor.

Se eles não entenderem agora, entenderão posteriormente. O importante é não desistir enquanto se tem as rédeas nas mãos. Plantamos a semente no hoje para colhê-las futuramente como frutos maduros. Todavia, não basta apenas plantar e colher, pois entre o início e o fim há longo caminho dos cuidados, zelo, educação e toda uma sorte de providência para que tudo dê certo ao final.

Pais, o modo de ser dos pais tem e terá sempre a ver com o modo de ser e de viver dos vossos filhos. Isto é uma obviedade no mundo da psicologia, mas não é muito respeitado entre os pais.

Entendemos também ponderações no que diz respeito às influências do mundo exterior, quando induzem aos nossos filhos comportamentos e atitudes nem sempre percebidas de início pelos pais. Pais esses que quando as percebem nem sempre estão instrumentalizados e preparados para uma ação reparadora ou redirecionadora de comportamentos e atitudes. Sabemos que a velha maneira de educar era mais fácil e simples, quando os pais tinham maior controle sobre os filhos, e menor força possuíam as invasões vindas do mundo exterior para dentro do lar. Todavia, querendo os pais serem pais com segurança, necessário se faz um preparo mais adequado aos novos tempos. Não dá mais para “botar filhos no mundo” sem a condição de educá-los plenamente.

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