PAIS FROUXOS, FILHOS SOFREDORES, PAIS FIRMES, FILHOS FELIZES!
Você está achando este título um tanto grosseiro: pais frouxos, filhos sofredores?
Pois eu vou lhe explicar rapidamente por que o utilizei.
Pais frouxos quer dizer pais que pouco se importam com a educação e com o caminho que os filhos estão tomando. Significam também pais folgados, sem energia, moles na relação com seus familiares e imprevidentes aos assédios das “maldades do mundo”. Não se importam no que “a coisa” vai dar. “A coisa” aqui entendida com sendo a vida dos próprios filhos. Porém, na sociedade contemporânea, gosto de definir pais como pessoas valentes. Pessoas que não desistem da educação dos seus filhos e filhas, não aceitando o caminho da mediocridade, da coisa pequena e da resignação com os obstáculos que a vida lhes oferece.
Filhos sofredores têm aqui a ver sim com a maneira com que eles encaram ou sentem as dores da sua existência. Filhos despreparados, via de regra, serão filhos sofredores. Sofredores por não vencerem no jogo que é jogado pela sociedade. O jogo dos relacionamentos. O jogo do emprego e do desemprego, com a substituição do homem pela eficácia da tecnologia.
Confira o vídeo abaixo conversando um pouco sobre Família e doação.
Pais firmes se preocupam com o jogo da realização e da busca da felicidade, tanto pela retórica quanto pela inclusão na sua vida da Palavra que edifica, que cura, que restaura e que nos faz filhos do Altíssimo, não das dores impostas por falta de zelo, disciplina e amor.
Mediante a crise de valores vivenciada por muitas famílias no cenário atual, urge que se invista na educação familiar baseada na firmeza de propósitos e na coragem para educar sem rodeios. A constante busca da evolução faz da família uma célula cada vez mais fundamental para o progresso social de maneira harmônica, duradoura e sustentável. Família é missão séria e a educação dos filhos é um constante ato de investir, ora podando comportamentos e atitudes negativas (como se faz numa árvore para se evitar que os brotos ladrões levem os nutrientes e prejudiquem a frutificação), disciplinando, compreendendo-os, porém, sempre agindo com vigor e reafirmando os valores que devem reger o seio do lar, sobretudo o amor.
Na sociedade contemporânea educar sem determinação ou sem o mínimo de rigidez, é não fazer os filhos e filhas entenderem que a vida é um negócio pra gente forte, determinada, empenhada na realização de seus sonhos. Afinal, há competição e oferta de drogas (ou chances doentias) e oportunidades saudáveis pra todo lado que se olhe. No tocante à competição mercadológica, noto que está mais orientada para a destruição do outro, com pouca ou quase nenhuma sensibilidade solidária, do que para vencer-se a si mesmo. E a saída está em envolver os filhos e a família num contínuo e sustentado processo de evolução e busca.
Como acredito que os problemas que temos na sociedade são os que escapam de dentro das casas, e que não há política pública nem escola sozinha que endireitem as “torturas” que estão saindo de dentro de algumas casas a responsabilidade dos pais ser requerida constantemente.
Uma educação sem vigor e pouco amor, fruto de pais fracos e negligentes só pode gerar, via de regra, filhos de comportamento débil, covardes, medrosos, descontentes e sofredores.
Não é uma questão de culpa e erro, mas uma questão de dar respostas à sociedade e ao Pano do Pai de fazer do mundo uma casa de irmãos. Quem hoje é filho, amanhã poderá ser pai, ou conviverá com filhos menores. Portanto, dá pra ver que deste compromisso ninguém pode escapar, e que a sociedade tem um local de qualidade para nascer e evoluir melhor, que são as nossas famílias.
Ninguém nasce feito e a educação, enquanto princípios e valores, deve ser iniciada em casa, necessitando, portanto, da orientação dos que estão indo à frente. E quem está indo (ou deveriam como dever seu) à frente são os pais, em primeiro lugar. O problema é que muitos pais “colocam” filhos no mundo sem a dimensão do tamanho dessa responsabilidade, mas como fruto do acaso. Portanto, é necessário (parafraseando o Sl 50) que se crie nos filhos, desde cedo, um coração que seja puro, dando a eles um espírito decidido, mantendo-os próximo da face de Deus, envoltos num espírito de elevado amor. Só que para isto acontecer necessitamos de mais pais determinados e comprometidos com a felicidade dos seus filhos.
Pode acreditar, há, no mínimo, uma chance quando agimos nessa linha, do que na frouxidão.
Ainor Francisco Lotério.