Os órgãos públicos há muito tempo “carregam” a marca negativa de serviços lentos, desatualizados e sem qualidade. Porém, em sua definição, o serviço público é uma arte e um meio de promover o bem comum. Este que ocorre através da atenção integral e desenvolvimento dos cidadãos, o que explica certa lentidão devido à gigante amplitude da demanda da sociedade.
Evidentemente que aos servidores públicos cabe executar a gigante tarefa pública, cobrindo todos os setores dos Municípios, Estados e a União.
Nesse sentido, engajar é inspirar com base numa realidade e na busca de uma determinada solução. Pode ser uma necessidade de direitos sociais, civis, políticos ou humanos. Por isso, separamos 7 considerações a respeito da falta de engajamento no serviço público.
7 Considerações importantes sobre a falta de engajamento dos servidores
- Vivemos um tempo em que o serviço público está com sua imagem um tanto corrompida, não apenas pela excessiva burocracia, lentidão e até ineficiência, mas também pelos escândalos de corrupção que tomaram o nosso país.
- Tal tema não deve se tornar uma preocupação mais intensa das gestões públicas apenas em tempos de eleições, mas em todas as estações. Porém, isso tem ocorrido com frequência, o que depõe contra a “categoria”.
- Há certa dificuldade em quebrar e mudar algumas estruturas enrijecidas e viciadas no serviço público. Isso normalmente ocorre por falta de ética, patrimonialismo (quando se trabalha no setor público, mas o utiliza como coisa sua e não como res publica ou “coisa do povo”) e atenção privilegiada a uns em detrimento de outros (a questão do tráfico de influência). Nada que um bom remédio ético, associado à plena transparência, não resolva.
- Conscientizar-se de que é necessário combater a má qualidade no atendimento, associada ao mau humor e certa arrogância da parte de alguns servidores ou funcionários públicos (por se considerarem “imexíveis” sentem-se seguros com a estabilidade de emprego).
- Servidor que não dá valor ao serviço que presta e nem ao contribuinte que lhe aborda não sente alegria em trabalhar onde está. É geralmente essa falta de propósito mais firme de servir com amor que leva ao fraco engajamento.
- Enquanto o munícipe é um cidadão contribuinte e beneficiário das políticas públicas, o servidor é tudo isso e ainda tem o dever de servir aos cidadãos da sua jurisdição e/ou beneficiários de um serviço. Só que recebe por isso do seu patrão, ou seja, o próprio contribuinte.
- Os munícipes pagam impostos e os servidores prestam serviços (há os que não são tão dedicados assim e os que vestem a camisa no corpo, na alma e no coração). Ninguém deve ser abordado fora dos ditames da democracia (igualdade, a liberdade e o Estado de direito e soberania do povo).
Um serviço nobre
Não há serviço mais nobre do que o serviço público, uma vez que está aí para todos e todos os cidadãos são o seu patrão. Evidentemente isso requer uma via dupla de responsabilidades. A primeira é sobre o cumprimento dos deveres pelos cidadãos, em contrapartida, vem o pleno exercício dos direitos por parte do serviço público. No entanto, ser contratado ou nomeado para uma função pública é se tornar servidor do povo. O povo pode até parecer um chefe disperso, mas é ele o chefe mais próximo e real que se pode ter. Tanto em contato pessoal, quanto pelas mídias digitais, a população está atenta e alguns fiscalizando. Vivemos novos tempos.