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29 jul 2024

COOPERATIVISMO: Uma Jornada de União e Prosperidade

COOPERATIVISMO: Uma Jornada de União e Prosperidade
Ainor Loterio — palestrante e instrutor cooperativista.

Você já se perguntou como um grupo de tecelões na Inglaterra do século XIX revolucionou como as pessoas se unem em busca de um futuro melhor? Prepare-se para descobrir a história inspiradora do cooperativismo, um movimento que transformou vidas e comunidades ao redor do mundo.

Neste post, exploraremos os pilares que sustentam o cooperativismo, desde sua origem humilde até sua legislação e impacto na sociedade. Abordaremos a importância da educação e formação, a organização e representação das cooperativas, e como seus valores e princípios moldam um modelo de negócio mais justo e equitativo.

Se você visa entender como a colaboração e a solidariedade podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social, este post é para você! Prepare-se para se surpreender com a força do cooperativismo e como ele pode ser a chave para um futuro mais próspero para todos. 

Essa abordagem holística ao cooperativismo, que abaixo apresentaremos, reflete a importância de equilibrar objetivos econômicos com responsabilidades sociais, garantindo a sustentabilidade e a relevância do movimento cooperativista no mundo moderno:

  1. ORIGEM, EVOLUÇÃO HISTÓRICA E DOUTRINA

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Origem: o cooperativismo surgiu na Europa durante a Revolução Industrial no século XIX, como uma resposta às más condições de trabalho e à exploração econômica. Em 1844, um grupo de tecelões em Rochdale, na Inglaterra, fundou a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, que é considerada a primeira cooperativa moderna. Eles estabeleceram os “Princípios de Rochdale”, que ainda influenciam as cooperativas até hoje.

Evolução histórica: após a fundação em Rochdale, o movimento cooperativo se espalhou pela Europa e pelo mundo. Na Alemanha, Friedrich Raiffeisen e Hermann Schulze-Delitzsch desenvolveram cooperativas de crédito para apoiar pequenos agricultores e artesãos. Na Itália, Luigi Luzzatti foi uma figura importante na criação de cooperativas de produção e consumo.

No Brasil, o cooperativismo começou no final do século XIX e se expandiu rapidamente no século XX, com destaque para o setor agrícola. A criação da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em 1969 marcou um passo significativo na organização e representação do movimento no país.

Doutrina: a doutrina cooperativista é um conjunto de valores (autogestão, solidariedade, ajuda mútua, responsabilidade social e econômica), princípios e práticas que orientam o funcionamento e a filosofia das cooperativas. Ela se baseia na ideia de que a cooperação entre indivíduos pode alcançar objetivos econômicos, sociais e culturais de forma mais eficiente e justa do que a concorrência individualista. As cooperativas são sociedades de pessoas, visam ao benefício mútuo dos membros, em vez do lucro individual, e operam de forma transparente sob princípios democráticos, onde cada membro tem igual direito a voto.

  1. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO

A educação cooperativista é um processo contínuo de formação e desenvolvimento que visa capacitar os membros, dirigentes e funcionários das cooperativas para compreenderem, adotarem e praticarem os princípios e valores do cooperativismo. As cooperativas investem na capacitação de seus membros, dirigentes e funcionários para garantir a eficiência e a sustentabilidade das operações.

Educação: a educação cooperativista envolve a disseminação dos princípios e valores do cooperativismo, bem como a formação técnica e gerencial dos membros. Muitas cooperativas oferecem programas de educação contínua para desenvolver habilidades específicas e aumentar a competitividade no mercado.

Formação: a formação inclui treinamentos, cursos e workshops sobre gestão cooperativa, finanças, marketing, governança e outros aspectos relevantes para a operação eficiente das cooperativas. É fundamental que todos os membros compreendam os aspectos econômicos e sociais de suas cooperativas.

Informação: a informação transparente e acessível é um dos princípios do cooperativismo. As cooperativas mantêm os membros informados sobre as atividades, resultados financeiros e decisões estratégicas, promovendo a participação ativa e consciente.

  1. ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E DEFESA

Organização: as cooperativas são organizadas (quadro social) de forma democrática e descentralizada, permitindo que os membros participem ativamente nas decisões. Elas podem ser organizadas em diferentes ramos, como cooperativas de agropecuário; consumo; crédito; infraestrutura; saúde; trabalho; produção de bens e serviços; e transporte.

Representação: a representação das cooperativas é realizada por entidades de segundo e terceiro graus, como federações e confederações. No Brasil, a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) atua na representação política e institucional das cooperativas, defendendo os interesses do movimento cooperativista junto ao governo e à sociedade. A representação das cooperativas nos estados é realizada por entidades chamadas OCE’s (Organizações Estaduais das Cooperativas; em SC temos a OCESC – Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina), que funcionam como filiais ou extensões da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).

Defesa: a defesa dos interesses das cooperativas envolve a atuação em políticas públicas, legislação e regulamentação. As organizações representativas trabalham para garantir um ambiente favorável ao desenvolvimento das cooperativas, promovendo a inclusão social e econômica.

  1. VALORES, PRINCÍPIOS E LEGISLAÇÃO

Valores: os valores cooperativistas incluem ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. As cooperativas também valorizam a honestidade, transparência e responsabilidade social.

Princípios (do cooperativismo): os princípios cooperativistas garantem uma estrutura democrática e inclusiva, possibilitando que as cooperativas operam com autonomia e independência. 

  1. Adesão voluntária e livre
  2. Controle democrático pelos membros
  3. Participação econômica dos membros
  4. Autonomia e independência
  5. Educação, formação e informação
  6. Cooperação entre cooperativas
  7. Interesse pela comunidade

Legislação: no Brasil, a legislação cooperativista é regida pela Lei n.º 5.764/1971, que define a Política Nacional do Cooperativismo e regula o funcionamento das sociedades cooperativas, estabelecendo os direitos e deveres dos membros, a estrutura organizacional e as normas para a operação das cooperativas. Além dessa “lei maior”, existem outras normas e leis (complementares, código civil, normas setoriais, medidas provisórias, resoluções do Banco Central, Regulamentação e Fiscalização, Tributação, etc.) que complementam a legislação cooperativista no Brasil. 

  1. GESTÃO, GOVERNANÇA E RESULTADOS

Gestão: a gestão das cooperativas envolve a administração eficiente dos recursos, a tomada de decisões estratégicas e a implementação de políticas que garantam a sustentabilidade e o crescimento da cooperativa. A gestão deve ser participativa e transparente, com a inclusão dos membros nos processos decisórios.

Governança: a governança cooperativa se baseia em princípios democráticos, onde cada membro tem direito a um voto, independentemente de sua participação financeira. As cooperativas adotam práticas de boa governança para assegurar a responsabilidade, a transparência e a prestação de contas.

Resultados: os resultados das cooperativas são medidos não apenas pelo lucro financeiro, mas também pelo impacto social e econômico na comunidade. As cooperativas promovem o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos membros e da sociedade em geral.
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CONCLUSÃO: aplicando essa estrutura, você pode obter uma visão completa e detalhada de qualquer cooperativa em particular, compreendendo melhor seu funcionamento e contribuição para a comunidade e seus membros.

30 abr 2024

Pilares Inabaláveis no Contexto Cooperativista: a Saúde, a Segurança e a Qualidade de Vida dos Cooperados e seus Familiares

No Contexto Cooperativista, a Saúde, Segurança e Qualidade de Vida dos Cooperados e seus Familiares são Pilares Inabaláveis.
(Autor: Ainor Lotério)

 

 

No âmago do cooperativismo reside uma essência transformadora, onde valores como democracia, igualdade, equidade, solidariedade, honestidade, transparência e responsabilidade social se amalgamam para tecer uma rede de apoio e prosperidade. O cooperativismo transcende a mera organização econômica; é uma doutrina que fortalece, uma educação que enobrece e uma motivação que impulsiona.

No contexto cooperativista, a saúde, segurança e qualidade de vida dos cooperados e seus familiares são pilares inabaláveis. Os sete princípios fundamentais para uma gestão e governança segura da cooperativa são como faróis, guiando o caminho para proporcionar renda, saúde e segurança aos associados. O poder é compartilhado entre os cooperados, promovendo a participação ativa e a sensação de pertencimento. A adesão à cooperativa é uma escolha livre e consciente, sem discriminação ou barreiras. Todos contribuem e se beneficiam de acordo com sua participação, promovendo o senso de responsabilidade e colaboração. A cooperativa é uma entidade autônoma, capaz de tomar decisões em benefício de seus membros e da comunidade. O conhecimento capacita os cooperados, promovendo seu desenvolvimento pessoal e profissional, e garantindo o cumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho.

Veja aqui algumas Palestras que proferimos nas Sipat,s de Cooperativas: https://ainor.com.br/?s=sipat 

A intercooperação fomenta a colaboração entre cooperativas, compartilhando recursos e conhecimentos para alcançar objetivos maiores e mais ambiciosos. As cooperativas são parte integrante das comunidades onde atuam, contribuindo para seu desenvolvimento econômico, social e ambiental.

No ambiente cooperativista, a segurança no trabalho reflete os valores de responsabilidade e cuidado mútuo. A valorização e proteção da saúde mental e física promovem a solidariedade e apoio entre os membros da cooperativa. Incentivar hábitos saudáveis e promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional contribuem para a qualidade de vida e motivação dos colaboradores.

A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, a ergonomia e a cultura de segurança são essenciais para promover um ambiente de trabalho seguro e confiável.

Os princípios cooperativistas constituem a base para construir um futuro melhor para todos. Com democracia, igualdade, equidade, solidariedade, honestidade, transparência, responsabilidade social e ações concretas, o cooperativismo se consolida como uma força transformadora, melhorando vidas e comunidades.

Referências Bibliográficas:

  • Andersen, C. M., & Skjoett-Larsen, T. (2009). Corporate social responsibility in global supply chains. Supply Chain Management: An International Journal, 14(2), 75-86.
  • Bachelet, M. J., & Balsamo, L. A. (2016). A responsabilidade social das cooperativas e sua divulgação no setor de saúde. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(29), 117-142.
  • Chaves, R. H. M., Pereira, R. J., & Serra, F. A. R. (2016). Health and safety at work: A qualitative analysis of production cooperative in Santa Catarina. Safety science, 84, 131-139.
  • Clements, R. M. (2007). Self-help, mutual aid, and social welfare. Policy Press.
  • Dufwenberg, M., & Muren, A. (2006). Generosity, anonymity, gender. Journal of Economic Behavior & Organization, 61(1), 42-49.

 
 
 
08 abr 2024

A AGROSOFIA E O GRÃO DE MOSTARDA – MÍSTICA DA VIDA COM BASE NAS FORÇAS AGRONATURAIS (Por Ainor Lotério*)

O GRÃO DE MOSTARDA E A AGROSOFIA, MÍSTICA DA VIDA COM BASE NAS FORÇAS AGRONATURAIS (Por Ainor Lotério)*.

Inspirada na atemporal parábola de Jesus Cristo sobre a fé e a natureza, essa filosofia oferece uma visão única sobre a motivação humana, integrando elementos de fé, essência e a conexão com o ambiente natural. Na reflexão agrosófica propomos uma reestruturação da vida individual e coletiva, fundamentada nas lições oferecidas pela natureza. Destacamos valores como sabedoria, coragem, paciência, perseverança e fé, essenciais para enfrentar os desafios contemporâneos em todas as áreas da atividade humana.

A agrosofia representa uma abordagem inovadora e inspiradora para motivar indivíduos em suas jornadas pessoais e profissionais, levando-nos a considerar à percepção de que há muito mais de natureza vegetal (seiva da vida) dentro de cada um de nós e em nosso entorno do que imaginamos. Assim como nas práticas agrícolas, em que muito do que é vital para o crescimento das plantas acontece abaixo da superfície do solo, na vida cotidiana também pode haver aspectos essenciais que não são imediatamente perceptíveis.

A analogia mística entre o grão de mostarda e a semente de beterraba para ilustrar a importância da essência sobre a aparência nos faz entender um pouco do que podemos aprender com esse novo jeito de pensar e viver em nossa casa comum ou o nosso planeta. Ele destaca a presença de um vasto potencial latente em cada indivíduo, assim como de cada semente, muitas vezes obscurecido por frustrações e desânimos, ressaltando a necessidade de reconectar-se com as próprias raízes e potencialidades a serem desabrochadas.

A relação entre agricultura e Agrosofia é uma integração entre práticas agrícolas e uma filosofia de vida mais ampla, que visa promover uma compreensão mais profunda e uma conexão mais significativa com a natureza e com nós mesmos. Essa abordagem integrativa tem em vista aplicar os conhecimentos e as práticas agrícolas para compreender e orientar diversos aspectos da existência humana, promovendo uma visão holística e sustentável do mundo.

A palavra “agrosofia” é um termo composto, formado pela junção de “agro”, relacionado à agricultura, e “sofia”, que significa sabedoria em grego. Portanto, agrosofia pode ser entendida como a sabedoria originada do contexto agrícola ou como uma filosofia de vida inspirada nos princípios e processos da natureza e da agricultura.

A agrosofia se revela como uma filosofia de vida profundamente inspiradora, convidando-nos a mergulhar em uma compreensão mais profunda e holística de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. Sob essa perspectiva, somos instigados a reconhecer que, assim como nas práticas agrícolas, onde o vigor e a vitalidade das plantas se manifestam a partir das raízes, grande parte da nossa própria essência e potencial reside nas profundezas do nosso ser, não visíveis à primeira vista. É como se a seiva da vida, que nutre e sustenta toda a flora, também fluísse em nosso âmago, influenciando sutilmente nossas jornadas pessoais e profissionais. Essa compreensão nos desafia a olhar além da superfície e a reconhecer a riqueza e a complexidade que permeiam cada aspecto da existência, incentivando-nos a cultivar uma consciência mais profunda e uma conexão mais autêntica conosco mesmos e com o mundo que nos cerca.

A Agrosofia está fundamentada no conhecimento científico e na sabedoria ancestral sobre o comportamento das plantas, propõe uma reconexão entre o ser humano e a natureza. Desse modo visamos inspirar uma nova visão sobre a relação entre indivíduos e o ambiente natural, destacando a importância de aprender com as características resilientes e adaptativas do mundo vegetal. Com essa base de conhecimento agrosófico e científico, abraçada à sabedoria popular (os saberes dos agricultores, os primeiros professores do campo) e ao comportamento das espécies vegetais e suas variedades no ambiente, o fundamento da agrosofia se torna sólido: sua abordagem busca uma reconexão entre o ser humano e a natureza, sem perder de vista a necessidade urgente de repensar nossas motivações em meio às mudanças climáticas e ao aquecimento global.

Após acumular inédito conhecimento e vasta experiência ao longo de sua carreira profissional como extensionista rural, filho de agricultores, gestor público e voluntário de ações voltadas ao meio ambiente e agricultura familiar, muito pude entender esse novo viés de enxergar a natureza. A visão de sustentabilidade adquiri desempenhando um papel crucial na disseminação de conhecimento e práticas sustentáveis no meio agrícola.    

Resolvi registrar e disponibilizar esse aprendizado que a vida me deu (e nos dá) na forma de estudos, experiências, tarimba profissional, traquejo e compreensão do processo cognição focado nas leis da natureza e da atividade agrícola, o que intitulei de agrosofia. Isso tudo nos leva para a criação duma cultura de sustentabilidade mais afeta à alma, ao trabalho e ao espírito de cada indivíduo.

Essa filosofia motivacional, também conhecida como motivação agrosófica, visa reestruturar a vida das pessoas em harmonia com as lições oferecidas pela natureza em tempos de desafios climáticos e ambientais. Instiga-se incorporar valores como sabedoria, coragem, paciência, perseverança e fé, adaptáveis a todas as áreas da atividade humana.

A agrosofia transcende as abordagens convencionais de motivação, promovendo uma nova relação entre o ser humano e a natureza. Vê-se que destacamos a importância essencial de se honrar a vida em todas as suas formas e de vivermos em harmonia com as forças naturais, oferecendo uma visão promissora para um futuro mais harmônico, sustentável, promissor e equilibrado.

Por meio da Agrosofia, convidamos os indivíduos a repensarem suas motivações e a reconectarem-se com a sabedoria da natureza, garantindo um crescimento pessoal e coletivo significativo.

A função da agrosofia é traduzir princípios do mundo agrícola para um sistema de filosofia de vida, conhecido como agrosofia, nos dizem que tudo o que podemos não estar vendo, na verdade, podem estar pautando nossa vida e até nossa permanência no planeta.

*Autor: AINOR FRANCISCO LOTÉRIO é Engenheiro Agrônomo, Mestre em Gestão de Políticas Públicas (Instituições, cultura e sustentabilidade), psicopedagogo, Pós-graduado em Gerenciamento de Marketing e Metodologia do Ensino Superior, Comunicação e Extensão Rural, Bacharel em Teologia (Interconfessional) e Filosofia. Inúmeros cursos de extensão universitária. Foi professor secundarista e universitário, servidor e gestor público, Diretor Estadual da Epagri — Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina e Gestor Estadual do Pró-Jovem — Programa de Motivação da Juventude para a Qualidade Essencial na Agricultura e na Pesca e Prefeito de Camboriú. É autor de livro e vários outros textos e artigos, conforme estão evidenciados nos Eixos Eternos do seu Website: www.ainor.com.br
E-mail: contato@ainor.com.br
Contato/WhatsApp: (47) 99967 5010

25 mar 2024

RELAÇÃO DO COOPERATIVISMO COM A SUCESSÃO FAMILIAR: análise, desafios, lições e estratégias preditivas.

Este artigo trata do relato de experiências sobre a relação entre o cooperativismo e a sucessão familiar, um dos principais desafios a serem enfrentados na atualidade, está publicado no LivroCOOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO EM SANTA CATARINA NO CONTEXTO DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ PARA O SUL DO BRASIL (Organizadores: Elisandra Forneck, Leandro Maqyer e Gilvane Kern), título cujo objetivo foi alinhar-se com os 200 anos da colonização alemã e sua interfase com a origem do cooperativismo na região Sul brasileira.

Família e cooperativa não são entidades ambivalentes, mas organizações voluntárias, abertas ao desenvolvimento, que têm interesses comuns na mesma sociedade onde se fundam.

O conhecimento da realidade das famílias e jovens e a revisão da literatura mostram-nos que a perspectiva da sucessão interfere de maneira importante nas estruturas de produção, geração de renda e bem-estar das propriedades e cooperativas (ABRAMOVAW, 1998).

O objetivo é entender a influência e os desafios do cooperativismo na definição de novos sucessores familiares, bem como sugerir estratégias que facilitem o processo sucessório cooperativo-familiar, acolhendo os sucessores potenciais não como simples herdeiros, mas como legatários ideais dos empreendimentos e sonhos familiares cooperativistas.

No artigo completo sobre a “Relação do Cooperativismo com a Sucessão Familiar: análise, desafios, lições e estratégias preditivas”, que está à disposição em PDF a quem desejar se aprofundar, alguns tópicos chamam a atenção:

1 — MAIS DO QUE HERANÇA: A Sucessão é, mais do que herança, um legado, e uma família deve deixar à descendência uma memória planejada e transformadora da realidade da propriedade.

2 — SUCESSOR NÃO É CLIENTE, MAS TAMBÉM DONO: um sucessor nem sempre é uma pessoa com atributos iguais aos de seus pais, mas semelhantes aos deles, pois, em sendo assim, tudo continuará do mesmo modo na propriedade, o que nem sempre é conveniente. Ele não deve ser visto como um suplente comum em um cardo, mas como um dono na origem, assim como “uma cooperativa não possui associados, mas os associados possuem a cooperativa”.

3 — CARTA DA JUVENTUDE VALORIZA A VIDA E EVOCA ESFORÇO FAMILIAR E COOPERATIVO: informações obtidas na Carta da Juventude Rural/Pesqueira de Santa Catarina, escrita em 1999, fruto de um grande trabalho em parceria entre o Governo do Estado/Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e a Sociedade Catarinense, quando desempenhei a função de Gestor Estadual do Pró-Jovem, davam conta de que: a juventude carece de uma política pública governamental contínua e constantemente renovada, que assegure a qualificação profissional, oportunize o desenvolvimento de potencialidades humanas e das propriedades, além de valorizar aspirações e habilidades dos futuros sucessores.

4 — EXPERIÊNCIAS POSITIVAS AMPARAM A DECISÃO NO PROCESSO SUCESSÓRIO, ou seja, quanto maior a mesa da cooperação mais se comunga do mesmo pão e, quanto mais diversificada a propriedade familiar em termos de atividades agrícolas (cultivos e criações) e não-agrícolas (oficinas, marcenarias, confecções, indústrias, etc.), maior a chance dos filhos se tornarem sucessores por atividade.

5 — SUCESSORES COM CHEIRO DE TERRA E INOVADORES: um programa de sucessores rurais familiares deve focar no desenvolvimento humano, criando assim interessados em trabalhar e viver no campo, mas, sobretudo, sucessores com cheiro de terra e gosto pela vida no campo.

6 — FILHOS DO ÊXODO RURAL: os jovens, vendo-se desprezados de certo modo por essas entidades públicas e representativas, partiram em busca de melhores condições de vida (emprego, saúde, educação, lazer, valorização pessoal), abandonando as propriedades e os municípios, tendo como destino as cidades grandes.

7 — SUGESTÃO DE UM PLANO DE SUCESSÃO FAMILIAR COM BASE NOS PRINCÍPIOS COOPERATIVISTAS: parafraseando os princípios cooperativistas, os quais devem estar no seio do lar e da propriedade, estrutura-se uma proposta de encaminhamento para a formação de sucessores no âmbito da propriedade familiar.

8 — MAIS DO QUE PAPEL, MISSÃO DO COOPERATIVISMO: As cooperativas, ao lado das famílias, estão sendo desafiadas a tomarem decisões muito fortes ao longo das diferentes fases da empresa e da vida de cada um de seus associados. Fazer a sucessão é garantir a própria evolução qualificada.

9 — CONHECIMENTO DA REALIDADE INTERNA E EXTERNA: a importância do conhecimento referente ao passado, a pisada firme no presente e um olhar agudo no cenário futuro exige que estejamos adequadamente preparados não apenas tecnicamente, mas doutrinariamente iniciados na educação cooperativista, pois a cooperação humana é alavanca de desenvolvimento local e regional, nacional e planetária.

10 — PAIS E COOPERATIVISTAS SÃO CAPAZES DE INTERVIR ESPECIFICAMENTE EM CADA SITUAÇÃO: somos seres de relação, de famílias, e não nascemos para o isolamento, mesmo que temporário. Precisamos fazer surgir um diálogo intergeracional e cooperativo dentro das propriedades rurais familiares, onde tema da sucessão possa ser encorajado e bem administrado.

11 — HÁ VAGAS PARA SUCESSORES RURAIS FAMILIARES: a carência de sucessores e a supressão da população jovem por falta de incentivo e preparo ameaça o futuro da agricultura familiar. Somado a isso, dificuldades econômicas e razões culturais incentivam esvaziamento da população jovem no meio rural. 

12 — O DESAFIO DE PLANEJAR A SUCESSÃO FAMILIAR NA ATUALIDADE: um dos maiores desafios é planejar a sucessão atualmente, quando há cada vez menor número de jovens disponíveis para a sucessão familiar. Outro problema é que em muitas famílias capitalizadas não há sucessores e nas famílias mais numerosas não há terra para tanto, de modo que se possa manter a vitalidade dos negócios da propriedade.

 

 Entrevista com AINOR LOTÉRIO

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13 — APRENDENDO COM AS LIÇÕES DEIXADAS PELOS ANTEPASSADOS: o novo padrão de modernização da agricultura e do rural só se estabelece quando apreendermos as lições arduamente deixadas pelos antepassados (valorização das famílias, interesse pala comunidade, solidariedade pelos vizinhos, ajuda mútua e espírito empreendedor cooperativista) e abraçamos as necessidades tecnológicas de  inovação do presente.

14 — Porque AS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS AGRICULTORES TARDARAM EM REAGIR AO VAZIO DE SUCESSORES: o campo sempre anunciou o êxodo rural, que ocorreu massivamente e pouco se fez enquanto ele drenava famílias inteiras e filhos e filhas, os quais nem sempre encontraram a realização dos seus sonhos, mas o infortúnio da falta de oportunidades para todos nas cidades. Por que se demorou tanto a agir?

15 — A FAMÍLIA RURAL, OS NOVOS SUCESSORES E A COOPERATIVA: associar-se à cooperativa é formar uma potente família legalmente organizada, para vencer os embates competitivos num mundo globalizado, onde o longe de outrora é o aqui e agora. A terra da propriedade familiar não encerra a vida, mas possibilita sempre o seu recomeço; a cooperativa dá segurança e estabilidade aos negócios e geração de renda com base na sociedade de pessoas com objetivos e ideais comuns.  

16 — LIDERANÇA COOPERATIVISTA COM INTELIGÊNCIA E VISÃO DE COMUNIDADE: uma instituição cooperativa que não constitui um plano de sucessão em todos os níveis está fadada a morrer pela ausência de excelência humana, a única riqueza realmente verdadeira duma associação de pessoas com objetivos comuns. É primordial para uma entidade cooperadora edificar sucessores.

17 — ESTRATÉGIAS PREDITIVAS PARA ANTECIPAR A SUCESSÃO FAMILIAR: a análise preditiva objetiva avaliar o passado e o presente para prever o futuro da sucessão. Assim, a estratégia preditiva é montada através da junção do alto volume de informação produzida (em todas as áreas diariamente no mundo) com os avanços tecnológicos.  Prever ações para um futuro mais seguro é uma necessidade num mundo em constantes mudanças, e o é ainda mais necessário numa atividade desempenhado a céu aberto, como a agricultura.  

18 — NECESSIDADE DE NOVAS ESTRATÉGIAS COOPERATIVAS: as cooperativas de todos os ramos (atualmente sete: agropecuário, de crédito, de transporte, de trabalho, produção e bens de serviço, de saúde, de consumo e de infraestrutura) precisam assumir um pragmatismo de destaque na sensibilização de seus cooperados, sobre a importância da participação das famílias no processo sucessório.

20 — O RENASCIMENTO RURAL E O RESGATE DE EXPERIÊNCIAS NA AGRICULTURA FAMILIAR: nesse contexto, a sucessão rural familiar é um tema que jamais se esgota, mas que muita liderança retrógrada sabota, prejudicando de forma oculta e insidiosa, minando os sonhos de muitos sucessores, especialmente quando se agarram “com unhas e dentes” a seus conceitos e cargos.

21 — COOPERATIVISMO COM ESPÍRITO FAMILIAR-FORTALECENDO GERAÇÕES: uma família e uma cooperativa não se regulam apenas pelas leis do mercado, mas pelas relações humanas que fortalecem uma sociedade, pois a sociedade de pessoas é maior do que o mercado, podendo este ser excludente nalgumas situações. 

Com esse espírito familiar acolhedor em ação, a importância do cooperativismo passa a ser sentido a partir do seio do lar, de modo que possa incentivar aí o surgimento de novos sucessores para o agronegócio e novos sócios.

As novas gerações precisam ser iniciadas e educadas sobre a nobreza do verdadeiro cooperativismo, de maneira que entendam por que é que muitas cooperativas faliram, enquanto outras funcionam tão bem até nossos dias.

Uma cooperativa é uma entidade complexa, que inclusive muitos sócios não sabem como funciona, mas precisam se interessar no assunto, afinal, a empresa cooperativa é deles.

Em última análise, sucessão familiar acontece cooperativamente dentro da propriedade, pois é aí que a própria cooperativa nasce de verdade.            

20 out 2023

A COOPERATIVA TEM PRESENTE E FUTURO QUANDO INVESTE NA OQS

A COOPERATIVA TEM PRESENTE E FUTURO QUANDO INVESTE NA OQS

A riqueza da Sociedade Humana Cooperativa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas e contemporâneas na promoção do desenvolvimento sustentado (socialmente, ecologicamente e economicamente).

Os tempos da existência duma cooperativa podem ser vislumbrados em seu PASSADO, no seu PRESENTE e no seu FUTURO. O passado é a tradição que nos mostra onde estão suas raízes. O presente nos revela o poder do seu agir no agora. O futuro é uma projeção não garantida, fruto de planejamento, mas que só se efetivará com organização. E essa organização está diretamente fortalecida e clara, ou enfraquecida e escura dentro da teia da Organização do Quadro Social, a chamada OQS. Pode-se perceber que a organização alonga a vida da cooperativa para além desses tempos que o relógio pode marcar, ou sejam, os tempos cronológicos para um tempo além desses, o qual poderíamos intitular como tempo eterno cooperativa. Esse tempo ocorre quando ela tem o ideal de continuar o ideal traçado pelos pioneiros para o além daqui.

Quando se fala e se faz cooperativismo é necessário sonhar e filosofar, mesmo parecendo um devaneio, pois o ideal cooperativista tem sempre uma dose de utopia (“um lugar ou coisa que não existe”), quando se compara com a realidade (muitas vezes trágica) da economia capitalista (conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida). Todavia ela segue por associar socialismo com capitalismo no que há de melhor para todos.

A organização de qualquer sociedade (ainda mais duma cooperativa) requer um trabalho exigente, mas também apaixonante, onde dois pontos centrais, que correspondem aos grandes ideais dos fundadores: o sonho da unidade e o sonho de melhores resultados para todos.

A cooperativa tem presente e futuro se houver realmente união entre dirigentes e associados.

A unidade a ser vivida é aquela que respeita e valoriza as singularidades, as peculiaridades das famílias, comunidades e culturas que a compõem.  A riqueza da cooperativa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas e recentes, somando tudo para o bem comum do quadro social da cooperativa. Como um rio, vive de seus afluentes e da chuva que recebe, bem como da preservação das matas e vegetações ciliares. Se os afluentes estiverem enfraquecidos, degradados ou bloqueados, todo o rio é afetado e perde força e todos sofrem os malefícios ou carecem de melhores resultados.

Esta é a primeira ideia para a qual chamo a atenção de vocês: a cooperativa tem futuro se houver realmente união e não redução de unidade. O desafio é precisamente este: a unidade na diversidade, na esperança e sempre baseada na organização.

Toda organização cooperativa gravida para o bem se houver uma forte inspiração; caso contrário, prevalece o aparato burocrático, a desorganização, prevalece o paradigma tecnocrático, frio e desumano que, no entanto, não é fecundo porque não entusiasma as pessoas, não atrai as novas gerações, não envolve as forças vivas da sociedade na construção de um projeto comum.

Nesse sentido, a solidariedade cooperativa vem dizer que permanece sempre a verdade de que são os homens e as mulheres que fazem a diferença em todos os empreendimentos. Portanto, a primeira tarefa da cooperativa que se organiza neste campo é formar pessoas que, lendo os sinais dos tempos, saibam interpretar o projeto necessário na história de hoje, ou seja, no agora do agir cooperativista. E os dias atuais necessitam de mulheres e de homens animados pelo sonho de uma cooperativa unida e organizada a serviço de resultados positivos e sustentáveis.

Na que até aqui expomos, mesmo sendo em caráter geral, vemos que organizar o quadro social nas cooperativas é fundamental para a perpetuação da própria cooperativa e para o sistema cooperativista como um todo.

Através do processo de organização do conjunto de cooperados, que são seus legítimos donos, a cooperativa garante a representatividade dos interesses individuais e coletivo dos membros e a sucessão para a continuidade do empreendimento (na amplitude de todos os negócios e interesses cooperativos, sempre pautados pelo interesse na comunidade onde vivem e trabalham).

Todavia, a Organização do Quadro Social (OQS), se faz com transparência, participação e engajamento (comprometimento mesmo) de cada cooperado num ponto ou nó da OQS.  E isso depende de conhecimento sobre a doutrina, educação (valores e princípios), cultura cooperativa, legislação pertinente e normas de funcionamento (atenção especial ao estatuto social).

Importante observar que, somente com um conjunto (quadro) de cooperados bastante esclarecidos e conscientes do seu papel, a cooperativa assegura o seu desenvolvimento e perenidade. O exercício desse papel fica claro quando a OQS da Cooperativa possibilita a participação viva e eficaz em núcleos e comitês, que são estruturas importantes para apoiar os conselhos e dirigentes nas ações que visem o fortalecimento e crescimento da cooperativa.

Alguns dos benefícios da Organização do Quadro Social nas cooperativas:

  • Incrementa a mobilização dos cooperados na participação dos eventos assembleares;
  • Possibilita a integração entre os cooperados e com a cooperativa;
  • Oportuniza maior esclarecimento por parte dos cooperados sobre o papel de cada um e o propósito da cooperativa e sua prestação de serviços;
  • Assegura que dirigentes, executivos e colaboradores entendam as necessidades e anseios dos cooperados;
  • Proporciona a credibilidade e fidelização dos cooperados com a sua cooperativa;
  • Favorece o aumento do quadro social em função de maior visibilidade provocada pela atuação de cooperados mais comprometidos, com o sistema cooperativista e a sua cooperativa, nas comunidades em que atuam.

Fica evidente que a organização do quadro social (OQS) é peça fundamental e central do modelo cooperativista, garantindo a participação ativa, a gestão democrática dos cooperados e contribuindo no processo sucessório da cooperativa. 

 
 
08 jul 2022

COOPERATIVISMO E SINODALIDADE: A ORGANIZAÇÃO POR INTERESSE COMUM E A VIVÊNCIA NA DIVERSIDADE COMUNITÁRIA.

Um tema novíssimo, porém intrigante e atual, que tive a oportunidade de apresentar como Tese de Conclusão da Graduação em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano.

O objetivo foi pontuar questões que ajudem a refletir sobre a necessidade de se rever a prática do cooperativismo atual brasileiro, de modo a agregar ao mesmo o conceito de sinodalismo. Supomos cooperativas mais interessadas pela comunidade, fazendo valer o seu sétimo princípio fundamental que é o “interesse pela comunidade”

Partimos do pressuposto de que no sinodalismo, mais do que no cooperativismo, se trabalha o fulcro comunitário, contemplando a infinidade de diferenças entre as pessoas ou grupos que compõem a vida comunitária.

O que aqui propomos é a tarefa de ampliarmos o conceito de sinodalidade e entender o modo como este influenciará no cooperativismo, uma vez que foram basicamente os cristãos que fundaram o cooperativismo. Como isso ocorreu numa época de dificuldade social, quando o rompimento da Revolução Industrial jogou famílias inteiras no trabalho desumano e sem a conceção de direitos aos trabalhadores.

O tema da “sinodalidade” é de profunda atualidade, pois quando nos referimos ao encontro de pessoas com o objetivo da busca do bem comum, seja em relação aos interesses mundanos ou eternos, ela nos leva a refletir sobre a qualidade das nossas interações e ações tendo o outro como potencializador.

Desse modo, toda ação conjunta, voluntária e objetiva, que tenha como objetivo a melhoria das relações sociais e a geração de renda devem se iniciar por contemplar o conhecimento que fundamente esse modo de agir.

O cooperativismo, movimento de envergadura internacional, tem trazido resultados positivos às comunidades que o adotam obedecendo os fundamentais princípios e valores, mas pode agregar um modo mais sinodal.

De igual modo, a visão sinodal da igreja enseja o caminhar com todos, não importando as diferenças, pois vivemos num mundo que respira a diversidade, devendo se importar mais com a constituição de organizações cooperativas que melhorem a geração de renda das famílias. Trabalhar conceitos de comunhão, colegialidade, cooperação, uma vez que todos estão no coração de quem se reúne para promover o bem da comunidade é o objetivo desse trabalho. Porquanto a cooperativa trabalha por atender os interesses comuns e objetivos dos associados, não pode ela perder de vista seus princípios e valores e convivência na diversidade comunitária, trabalhando pastoralmente a sua organização social.

Consideramos também responder a alguns questionamentos para as relações sociais dessa época, quando as mesmas atingiram uma enorme polarização, com a sociedade dividida em duas grandes classes: a direita e a esquerda. É nesse momento de evidente antagonismo que fica evidente a necessidade de se pesquisar temas que nos levem à cooperação mais elevada, o que intitulamos cooperação sinodal.

19 mar 2020

A importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos

Por Ainor Francisco Lotério

A participação dos pais na vida escolar dos filhos, este tema nos mostra que a melhor escola é a família e os primeiros professores são os pais. Da concepção ao nascimento, do crescimento à formação para ingressar na sociedade não há instituição que possa superar a família na tarefa de educar.

Filhos não são seres personalizados com problemas e desajustes da relação dos pais e da família, para serem depositados na escola e esta que se vire. Filhos são rebentos de um sonho, seres que vêm ao mundo em busca de evolução. Só que essa evolução não acontece plenamente sem a participação de gente tão importante quanto os pais. Mesmo no caso de pais separados a importância é a mesma, uma vez que pais podem se separar, porém a importância destes na vida dos filhos continua a existir sempre.

Arrisco a dizer que a educação humana começa em casa e formação social e profissional se dá na escola. Quando os pais não participam efetivamente da vida escolar dos filhos, acabam perdendo a importância e tornam-se impotentes na educação daquele ser que geriram.

A compreensão dos nossos deveres pessoais, familiares, profissionais, sociais e globais está associada a importância que se dá a formação do filho. Nesse sentido, à participação na escola, lugar onde se trabalham conhecimentos, princípios e valores para toda uma vida no mundo todo.

Aproveite e conheça nossos Temas de palestras para as Famílias

Não há educação e formação de qualidade que edifique e qualifique um cidadão sem a comunhão de esforços entre a família e a escola

Conceber e gestar um filho até seu nascimento é um profundo ato de amor. Todavia, deixar de participar intensamente da vida do filho na escola é uma falta grave.

Imaginemos que a escola fosse o segundo ventre de seu filho e a mãe o primeiro. O ginecologista e demais profissionais da medicina, associados aos familiares e amigos seriam os mestres e professores dos “pais de primeira viagem”. Assim também na escola os gestores, professores, servidores e os outros pais seriam de igual forma os mestres e professores dos filhos que lá estão oficialmente matriculados.

A vida escolar é importante demais para que os filhos não receberem a atenção qualificada e dedicada dos pais. O nível de participação em reuniões, visitas à escola, conversas inteligentes, diálogos intergeracionais, discussões interdisciplinares e respeitosas com a direção e professores são meios de se fazer construir um ambiente escolar edificador de seres humanos realizados.

Em meu livro “Pais Frouxos, Filhos Sofredores, Pais Firmes, Filhos Felizes” (pg. 67) digo:

O amor, quando se trata de educação dos filhos como efeito, obra, produto e consequência não é um sentimento apenas, mas um poder que temos em nosso interior para compreender e aceitar a todos, porém promovendo as mudanças e ajustes de conduta que forem necessários”.

Isso é participação dos pais na vida escolar, uma vez que as questões comportamentais são sempre as mais evidenciadas na escola. E comortamento inadequado se forma muito pela perda de autoridade dos pais, falta de limites e de disciplina na vida de muitas crianças.

Quando falamos de pais não devemos deixar de incluir os filhos e filhas sem pais, cuidados por terceiros, os avós,  tios e tias, de modo a considerar a todos como pais. Todavia, é interessante que diferenciemos o que venha a ser “educar em casa”. Primeiro, devemos considerar que na casa há professores e alunos de todas as idades: um aprende e ensina com o outro o tempo todo. Pais de primeira viagem aprendem com os filhos que nascem, desde os primeiros cuidados com o corpo de um ser totalmente dependente.

A não participação dos pais na vida escolar dos filhos é falta grave para o pleno desenvolvimento intelectual, social e profissional das crianças. Acompanhar os filhos na escola não é o que muitos pais fazem. Aliás, alguns vivem xingando professores e dando razão em tudo para seus filhos. Acompanhar a vida dos filhos na escola é se inteirar dos seus deveres. Além disso, conhecer a escola e os professores, inteirar-se da metodologia de ensino-aprendizagem, entre tantas outras atitudes, não e mais obrigação materna e paterna. Da mesma forma, ouvir o filho sobre o que ele tem a dizer a respeito da escola e ficar atento sobre seu nível de evolução é fundamental para o seu pleno desenvolvimento.

Aprofundando o tema

Para aprofundar esse tema cito o trecho de um artigo científico do filósofo e professor Wagner Silva, intitulado “A importância da participação da família na comunidade escolar”, onde ele ressalta já na sua introdução: 

“(…), a escola terá como função preparar o aluno para o futuro e a vivência em sociedade. Será caracterizada como um local onde reúne uma diversidade de conhecimentos e atividades, valores, diferenças e conflitos, que irão constituir um contexto fundamental no desenvolvimento e aprendizado humano. Por fim, será explanado sobre a importância da participação da família no ambiente educacional e os benefícios da relação família-escola para o aprendizado da criança. Quanto maior a participação da família na vida do aluno na escola, maior será o fortalecimento dessa relação”.

Já no final do trabalho, onde podemos beber das conclusões do mesmo, destaco o seguinte pensamento do Professor Wagner, que também é meu colaborador na Empresa Seiva Desenvolvimento e Gestão Empresarial e Humana:

(…) percebe-se que se faz necessário procurar por novas formas de aproximação e interação entre a família e a escola, agindo para que cada uma assuma sua função e suas responsabilidades na formação da criança.

Finalizo dizendo que participação dos pais é fortemente educativa, uma vez que são eles os líderes da escola doméstica, onde a educação começa. Nesse sentido, o lar necessita de líderes familiares, pois aí é o lugar onde há professor e alunos de todas as idades (os pais e avós aprendem com os filhos e netos).

A temática da família associada à Escola é muito presente em nosso trabalho, no Eixo Família, uma de nossas áreas de atuação com palestras, capacitações e cursos para pais, alunos, professores e equipe gestora das escolas.

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30 jan 2020

Como engajar associados e familiares na cooperativa

Por Ainor Francisco Lotério

Você sente dificuldade de engajar associados e familiares na cooperativa?

Uma cooperativa é uma das necessidades primordiais atualmente, para que as pessoas com objetivos e razões comuns possam fazer frente às exigências e rigores, de um mercado cada vez mais imprevisível.

Engajar é inspirar com base numa realidade e na busca de uma determinada solução para um problema ou empreendimento comum. Isso envolve educação, idealismo, paixão e trabalho, sem jamais fugir dos fundamentais princípios e valores do cooperativismo.

Engajar na concepção, na organização, no planejamento e na execução de um plano estratégico de sucesso é tarefa complexa e requer inteligência cooperativa. 

Não se engaja associados e familiares apenas com resultados econômicos, mas com envolvimento de gente. Pois, a cooperativa é uma sociedade de pessoas. É também, por definição, um movimento social e econômico, uma vez que são seres humanos que a constituem para seu benefício.

Por mais verticalizada ou industrializada que seja uma cooperativa jamais pode perder de vista as suas raízes, ou seja, as pessoas, as quais são a sua verdadeira essência.

Assim, é sabido que os níveis de engajamento e motivação dos associados e seus familiares impactam diretamente no desenvolvimento da cooperativa como um todo. Consequentemente, os resultados obtidos devem ser creditados também aos colaboradores, dirigentes, clientes, comunidade e políticas públicas. Por isso, uma cooperativa que definiu um rumo e se preparou para “chegar lá” é aquela que envolveu seus donos em todos os níveis e fases.  Esse “chegar lá” deve ser traduzido como sendo o atingimento de resultados positivos para todos os envolvidos.

Sem engajar associados e familiares não há fortalecimento da base cooperativista, uma vez que ela é formada pelos donos.

Veja também Saiba como aproximar as famílias da Cooperativa

Identificar as particularidades da cooperativa

Não se motiva associados e familiares aplicando-se uma fórmula padrão para todos os casos, pois em todo lugar, mesmo sendo do mesmo ramo, cada cooperativa tem suas particularidades a serem conhecidas e respeitadas.  Por isso, é interessante que façamos uma breve pesquisa sobre o perfil dos associados (origem étnica, idade – de jovens a idosos – sexo – razão entre homens e mulheres – formação, grau de participação etc.), caso não tenhamos essas informações tabuladas sobre o público.

Criar a cultura do engajamento

A cultura do engajamento nasce da cultura organizacional. Toda cooperativa é um universo próprio e tem seu modo de agir baseado nos valores e princípios do cooperativismo. Assim, é preciso conhecer os hábitos, crenças, atitudes,  linguagem que determina o comportamento dos integrantes: associados, familiares, colaboradores e dirigentes. Mas a ideia vai muito mais longe: o próprio Conselho de Administração deve demonstrar interesse, motivando todos os Conselheiros, Diretores e Colaboradores e Corpo técnico para essa tarefa, uma vez que é realizada no quotidiano das atividades da cooperativa.  

O associado precisa ser conscientizado a se comportar como dono

Quando um sócio não se comporta como dono, mas como um oportunista, está interessado em melhorar apenas seus negócios resultados sem pensar no quadro social como um todo. Ele não é o que se pode chamar de “verdadeiro associado”, usando a cooperativa como um balcão de negócios e não como a sua casa. Esse tema “Cooperativa: o dono é o associado” tem sido  muito  requerido nas cooperativas.

Enaltecer o associado e evitar o cliente

Muitos associados comportam-se como clientes comuns e outros não “se prendem como sócios” para agirem livremente no mercado. Dessa forma, a cooperativa é só mais um ponto de venda dos seus produtos e serviços. Com isso, eles se transformam em egoístas e não cooperativistas. Ora, quando mais pessoas com os mesmos objetivos se associarem de modo engajado à cooperativa tanto melhor para o seu fortalecimento.

Valorização do associado no seio da família

O associado é um ente familiar e precisa ser valorizado pela cooperativa no âmbito dessa célula mãe da sociedade. Isso se faz através da ação de comunicação e liderança dos seus conselheiros e dirigentes. Todos as instâncias, setores e departamentos devem estar imbuídos desse espírito de engajamento.

Reforço: apostar nos canais de comunicação, estruturar um atendimento de alta qualidade, envolver constantemente a família (esposas, maridos, companheiros e companheiras, filhos e filhas), estar com a casa sempre em ordem e jamais desistir de promover o engajamento.

Transparência nos negócios e projetos

Um dos segredos para fortalecer o engajamento é a transparência nos negócios e projetos da cooperativa e a implantação de um programa educativo continuado. A transparência é um procedimento legal e científico que abarca também as experiências do quadro social. Os rumos da cooperativa passam a serem decididos da forma mais aberta possível, como forma da cooperativa melhor gerir os riscos e oportunidades.

Afinar os objetivos em todas as oportunidades

Percebe-se que há segmentos mais complexos, como é o ramo agropecuário e outros mais específicos, como é o caso do crédito. Isso apenas para falar dos dois mais fortes e dinâmicos até o presente momento. No entanto, cada ramo possui sua particularidade e requer sócios que se conformem na sua ação e nos seus objetivos comuns. Notem que chamamos a atenção para “pessoas com objetivos comuns”. Observamos isso porque os interesses de cada ramo (agora são sete: agropecuário; consumo; crédito; infraestrutura; saúde; trabalho; produção de bens e serviços; e transporte, segundo a Organização das Cooperativas do Brasil-OCB) são específicos.

Conclui-se que todos os associados devem estar afinados com a missão, objetivos e resultados pretendidos e planejados pela cooperativa como um todo e não apenas com seus interesses particulares.

Ouvir, ouvir e ouvir

Falar pouco e só necessário e ouvir com atenção e profundidade cada associado e a família.  Para tanto se faz necessário treinamento, capacitação e motivação constante da equipe de atendimento, dirigentes, associados e familiares. Nesse sentido, as cooperativas do Brasil dispõem de uma verdadeira universidade do cooperativismo, que é o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo.

Sigamos com educação e doutrina cooperativista, de modo a fortalecer a comunidade e empreender com maior certeza, pois conectados e engajados de coração.

29 jan 2020

Como melhorar o engajamento dos servidores públicos

Por Ainor Francisco Lotério

Os órgãos públicos há muito tempo “carregam” a marca negativa de serviços lentos, desatualizados e sem qualidade. Porém, em sua definição, o serviço público é uma arte e um meio de promover o bem comum. Este que ocorre através da atenção integral e desenvolvimento dos cidadãos, o que explica certa lentidão devido à gigante amplitude da demanda da sociedade.

Evidentemente que aos servidores públicos cabe executar a gigante tarefa pública, cobrindo todos os setores dos Municípios, Estados e a União.

Nesse sentido, engajar é inspirar com base numa realidade e na busca de uma determinada solução. Pode ser uma necessidade de direitos sociais, civis, políticos ou humanos. Por isso, separamos 7 considerações a respeito da falta de engajamento no serviço público.

7 Considerações importantes sobre a falta de engajamento dos servidores

  1. Vivemos um tempo em que o serviço público está com sua imagem um tanto corrompida, não apenas pela excessiva burocracia, lentidão e até ineficiência, mas também pelos escândalos de corrupção que tomaram o nosso país.
  2. Tal tema não deve se tornar uma preocupação mais intensa das gestões públicas apenas em tempos de eleições, mas em todas as estações. Porém, isso tem ocorrido com frequência, o que depõe contra a “categoria”.
  3. Há certa dificuldade em quebrar e mudar algumas estruturas enrijecidas e viciadas no serviço público. Isso normalmente ocorre por falta de ética, patrimonialismo (quando se trabalha no setor público, mas o utiliza como coisa sua e não como res publica ou “coisa do povo”) e atenção privilegiada a uns em detrimento de outros (a questão do tráfico de influência). Nada que um bom remédio ético, associado à plena transparência, não resolva.
  4. Conscientizar-se de que é necessário combater a má qualidade no atendimento, associada ao mau humor e certa arrogância da parte de alguns servidores ou funcionários públicos (por se considerarem “imexíveis” sentem-se seguros com a estabilidade de emprego).
  5. Servidor que não dá valor ao serviço que presta e nem ao contribuinte que lhe aborda não sente alegria em trabalhar onde está. É geralmente essa falta de propósito mais firme de servir com amor que leva ao fraco engajamento.
  6. Enquanto o munícipe é um cidadão contribuinte e beneficiário das políticas públicas, o servidor é tudo isso e ainda tem o dever de servir aos cidadãos da sua jurisdição e/ou beneficiários de um serviço. Só que recebe por isso do seu patrão, ou seja, o próprio contribuinte.
  7. Os munícipes pagam impostos e os servidores prestam serviços (há os que não são tão dedicados assim e os que vestem a camisa no corpo, na alma e no coração). Ninguém deve ser abordado fora dos ditames da democracia (igualdade, a liberdade e o Estado de direito e soberania do povo).

Um serviço nobre

Não há serviço mais nobre do que o serviço público, uma vez que está aí para todos e todos os cidadãos são o seu patrão. Evidentemente isso requer uma via dupla de responsabilidades. A primeira é sobre o cumprimento dos deveres pelos cidadãos, em contrapartida, vem o pleno exercício dos direitos por parte do serviço público. No entanto, ser contratado ou nomeado para uma função pública é se tornar servidor do povo.  O povo pode até parecer um chefe disperso, mas é ele o chefe mais próximo e real que se pode ter. Tanto em contato pessoal, quanto pelas mídias digitais, a população está atenta e alguns fiscalizando. Vivemos novos tempos.

28 jan 2020

Como fortalecer os princípios e valores do cooperativismo entre os colaboradores

Por Ainor Francisco Lotério

Não há colaborador que possa estar bem numa cooperativa que esteja indo mal.

Uma cooperativa vai bem quando os associados participam ativamente como donos e usuários, gerando melhores resultados. Todavia, essa participação sofre reflexos positivos ou negativos também dos colaboradores e não apenas dos dirigentes. Um colaborador deve ser antes de tudo um trabalhador cooperativista.

Não existe cooperativismo sem o compartilhamento de ideias. Ser cooperativista é acreditar que ninguém perde quando todo mundo ganha, é buscar benefícios próprios enquanto contribui para o todo, é se basear em valores de solidariedade, responsabilidade, democracia e igualdade. O cooperativismo tem um jeito único de trabalhar” (OCB-Organização das Cooperativas do Brasil).

Portanto, cada colaborador é peça fundamental e estratégica para o bom funcionamento das atuais cooperativas, uma vez que elas estão cada vez mais ágeis, inovadoras e globais.

Nesse sentido, o colaborador cooperativista deve saber e querer impactar não apenas no atendimento em si, mas também o bem da comunidade e do mundo. Esse sonho louco não é para todos, é para poucos. Entretanto, deve ser perseguido, pois o cooperativismo é para sonhadores que motivam e realizam seus projetos.

 

Todo colaborador deve se portar como um despertador de sonhos e um construtor de estratégias.

Mesmo não conseguindo atingir a todo o quadro social, jamais desanima enquanto um não estiver contemplado pelos benefícios que a cooperativa pode oferecer.

A importância da gestão dos recursos humanos numa cooperativa é essencial, pois ela vai fazer a gestão financeira e social de toda a entidade cooperativa, indo dos escritórios, galpões, parques industriais, máquinas pesadas e tecnologias inovativas, ou seja, do mundo físico real ao mundo físico virtual.

Portanto, em todas as capacitações, mais do que o trabalho em equipe, devemos passar conhecimentos sobre inteligência cooperativa, que é a inteligência dos corpos e corporações que funcionam com base nos valores e princípios.

Veja também Os 7 princípios do cooperativismo

Para se tornar um colaborador cooperativista é necessário que cada contratado acredite no casamento entre “o econômico e o social, o individual e o coletivo, a produtividade e a sustentabilidade”.

Um colaborador que seja exímio no domínio da tecnologia e na condução de negócios na iniciativa privada (empresa mercantil comum) nem sempre terá a mesma facilidade se não entender de gente e relacionamentos cooperativistas. Isso só é possível quando se estuda e se compreende o que é cooperativismo.

Fico encantado com colaboradores bem treinados na área técnica e humana, que sabem acolher e realizar seus serviços.  Colaboradores que estão convencidos de que o dono é o associado, mesmo que ele não compreenda a fundo as operações e até exija mais do que deva. Um colaborador assim preparado explicará ao associado o que é possível de ser realizado ou não pela cooperativa, com base nos princípios e valores do cooperativismo.

O nascimento do Cooperativismo

Imagem dos Pioneiros de Rochdale

O cooperativismo surgiu cultivando a unidade de princípios e valores junto a classe trabalhadora e alguns empresários ingleses. Foi a partir de uma disputa surgida por uma crise econômica e social na Revolução Industrial Inglesa, que se expandiu pela Europa e pelo mundo. A Inglaterra do início do século XIX passava por uma séria crise. Esta, era reflexo da luta entre os antigos condados herdados dos senhores feudais, os tecelões e a era industrial. Prejudicados pelo novo modelo econômico que substituiu o trabalho artesanal pela produção industrial, os trabalhadores viram multiplicar os problemas básicos e as dificuldades de sobrevivência humana. Entre eles, a falta de moradia, acesso à educação, saúde e alimentação e o alto índice de desemprego, em virtude da mão-de-obra excedente.

O cooperativismo surgiu muito mais como um movimento de formigas em torno de um formigueiro que de leões devoradores tentando se manterem no topo da cadeia alimentar. Não se trata de criar polêmica com visões relacionadas apenas a resultados financeiros, mas de voltar um pouco às origens e não nos desviarmos daqueles princípios e valores “rochadelianos”*.

Uma casa não para em pé se não tiver um bom fundamento, pilares e vigas. Da mesma forma, uma verdadeira cooperativa não sobrevive como tal se primar unicamente pelo econômico e abandonar a sociedade de pessoas.

Sociedade de pessoas

A palavra “social” em cooperativismo se refere à sociedade de pessoas com objetivos comuns, que o fazem através de um contrato, leis apropriadas e regimento próprio, para o atendimento de pessoas (seus projetos e sonhos).

O cooperativismo é capaz de atender aos interesses comerciais sem perder de vista os interesses sociais, ou seja, da sociedade de pessoas, familiares e da comunidade.

Além de gerar trabalho, emprego e renda, esse modelo de negócios transforma a realidade de milhares de brasileiros, todos os dias. Só nos últimos oito anos, o número de pessoas que se uniram a nós cresceu 62%, gente que veio cooperar por um mundo melhor. E uma das provas de que isso é possível é a quantidade de empregos gerados que aumentou 43%. E é assim, envolvendo cada vez mais brasileiros, que fortalecemos as cooperativas e o país” (Somos Cooperativismo). 

Já somos quase quinze milhões de associados.

Os colaboradores, mesmo não sendo associados, precisam estar imbuídos desse espírito cooperativista. Pois eles não trabalham numa firma qualquer, mas numa sociedade organizada com base numa legislação específica, e que respeita os princípios cooperativistas.

No momento do recrutamento e seleção já se deveria comunicar sobre a necessidade de se conhecer o cooperativismo. E, para isso, é primordial que se conheça a teoria e a prática dos princípios e valores do cooperativismo.

É comum os colaboradores não conhecerem os fundamentos do cooperativismo. Muitas vezes, têm apenas conhecimento rudimentar sobre esse tipo de empreendimento socioeconômico. Do mesmo modo que um lar não é erguido por interesse mesquinhos e nem pelas regras do mercado, mas pelo amor, como sinônimo de diaconia (serviço), também uma cooperativa necessita, além dos associados e dirigentes, colaboradores que conheçam a doutrina cooperativista.

Veja nossos Temas de palestras e cursos sobre Cooperativismo

Num mundo que prega pela competição desmedida, fazer cooperação e intercooperação requer constante educação dos associados, dirigentes e dos colaboradores.

É essencial entender que o diferencial não é a competição, mas a cooperação. Este é o ponto central, fundamental e necessário para a continuidade do ideal cooperativista.

Colaboradores verdadeiramente cooperativistas agem, mais do que juntos, conectados no mesmo objetivo. Para assim, conseguirem melhores resultados para todos, iniciando pelo bem dos associados, seus familiares e da comunidade.

Ser cooperativista é entender que legalmente unidos podemos mais, muito mais: o mercado é uma criação da sociedade e está dentro desta. O cooperativismo que se entende assim quebra paradigmas e barreiras e age diferente, mesmo parecendo remar contra a maré.

* Termo utilizado para nomear os pioneiros do cooperativismo surgido em Rochadale, Inglaterra, no séc. 19.

24 jan 2020

Conheça as 5 entradas para uma vida de qualidade

Por Ainor Francisco Lotério

Leitores e leitoras, tirei essas conclusões após inúmeras andanças por zonas rurais e urbanas, trabalhando em cinco eixos: agricultura, família, cooperativismo, empresas e gestão pública.

Percebi, ao longo dessas quase quatro décadas de trabalhos com pessoas, entidades e comunidades, que não se deve esperar por uma crise para descobrir o que estamos colocando dentro da nossa vida.

Tente compreender, definir e controlar o que você está deixando entrar em sua mente, no seu estômago, no seu coração, nos seus músculos e na relação com os outros.

Pare de seguir apenas conselhos de fora e passe a seguir as orientações que veem de dentro da sua mente, do seu estômago, do seu coração, dos seus músculos, dos seus órgãos e de todo o conjunto do seu ser. Somos uma família de órgãos diferentes no mesmo corpo, que atuam em cooperação,  que cultiva saúde ou doença, que empreendem sonhos e que podem tornar não apenas a vida pessoal melhor, mas a social também. Vamos então às cinco entradas que promovem saúde e felicidade.

  Primeira entrada: PENSAMENTOS DE QUALIDADE

Meu objetivo é dizer que a qualidade da nossa vida tem relação direta com a qualidade dos nossos pensamentos. Qualifiquemos a fala, as palavras e o modo de falar em cada lugar, assim melhoraremos a nossa vida e tornemos as relações mais humanas.

Pensar dói para quem não tem esse hábito mental, mas depois que nos acostumamos, que calejamos nossos neurônios o nosso cérebro se acostuma e passa a exigir ótimos pensamentos.

Milhares de pensamentos podem povoar nossa cabeça e serem multiplicados por nossa imaginação diariamente. Quando enfrentamos um problema sério isso pode ficar ainda maior.

Alguns estudos indicam que os seres humanos são capazes de ter entre 50 e 70 mil pensamentos por dia. A geração de todo esse conteúdo estaria dividida em aproximadamente 3 mil pensamentos por hora, 50 pensamentos por minuto.

Sobre quais deles temos controle? É possível ter controle sobre os nossos próprios pensamentos?

Não sou neurocientista, mas sou dono dos meus pensamentos. Por isso afirmo que sim, é possível, desde que vivamos de caso pensado. Pensar dói, mas depois que se caleja vale a pena. Desse modo, nós podemos mudar a nossa forma de pensar e de agir se o fizermos conscientemente. O problema é a preguiça mental das pessoas, muitas vezes condicionadas a receberem tudo pronto e simplificado.

Falar sem pensar, de maneira acelerada e nervosa pode causar confusão no pensamento, o que é muito comum em tempos de “correrias”, do “aproveitamento de oportunidades nem sempre adequadas (mas inadequadas pelo fato de não se pensar bem e se discernir mal) e da “síndrome do primeiro lugar”.

“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz”(Aristóteles). Assim, percebemos que o pensamento não é um ato de sofrer, mas é o ato de pensar e o que se refletir para podermos compreender mais claramente e decidir de maneira acertada.

Quem faz discernimento antes de falar e agir acerta mais adequadamente seu proceder.

Faça uma faxina mental constantemente e remova da lixeira os assuntos que não lhe impulsionam adiante. Deixe permanecer apenas pensamentos de qualidade em sua mente!

Segunda entrada: ALIMENTOS DE QUALIDADE

“Ninguém pode escrever a vida de um homem a não ser que tenha comido, bebido e convivido com ele”(Samuel Johnson).

A saúde entra pela boca, e quem não se controla sabe que por aí também pode entrar doença.

Alimento não é enchimento, mas toda substância que mantém, sustenta e nutre cada parte do nosso corpo e facilita as suas funções!

Quem come mal deve saber que muito açúcar, muito sal e muita gordura levam rapidamente à sepultura.

Alimentos são fonte de matéria e energia para as funções vitais, incluindo o crescimento, movimento e reprodução. Para matarmos a fome basta uma ingestão certa de alimentos de qualidade que preencha o nosso estômago e atendam às necessidades nutricionais.

Estômago humano não é moela de galinha ou estômago de urubu, que conseguem digerir quase tudo o que entra. O estômago também não é uma lata de lixo onde se jogam coisas que o olho quer, mas um órgão que merece os melhores nutrientes.

Porém, o corpo só se sentirá forte quando receber uma alimentação que contenha todos os nutrientes necessários para o seu pleno funcionamento. Normalmente sabemos o que deve ser ingerido, mas sucumbimos aos prazer do sabor apenas, não importando a dor ou mal estar que possa vir depois.

Não se deixe transformar num monstro consumidor e faça uma entrada de alimentos de qualidade em seu organismo! Escolha bem, você pode, pois uma alimentação saudável é quase sempre uma alimentação barata.

Terceira entrada: SENTIMENTOS DE QUALIDADE

Num mundo em rede onde qualquer uma posta o que quer em nome da liberdade de expressão é bem possível que o filtro do respeito aos sentimentos alheios esteja furado.

O que você anda guardando em seu coração dos bons momentos, neutralidades e ressentimentos ocorridos na sua jornada?

Não ligue tanto para o exibicionismo das celebridades e daqueles que desejam ser uma delas, muitas vezes às custas de “papos fúteis”.

A maneira como encaramos os acontecimentos da nossa vida dizem muito como somos. Facilmente podemos nos transformar em vítimas emocionais por não entendermos até aonde vai. Não ligue tanto para ofensas miúdas e trance o relho da verdade contra a canalhice.

Nossa aptidão para sentir, disposição para se comover, se impressionar, perceber e apreciar algo não deve nos tornar prisioneiros ou apegados a bens e pessoas de modo doentio. O que se deve é amar e amar é servir sem interesse.

As entradas de sentimentos nobres e temperados pela razão é que vão dar o tom da nossa sensibilidade para pessoas, ideias e todas coisas.

Guardar pensamentos negativos é altamente destrutivo e doentio.

Pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar. Portanto, o nosso sentimento é uma entrada que influencia diretamente na forma como vivemos a nossa felicidade.

Quarta entrada: MOVIMENTOS DE QUALIDADE

Tudo o que não se movimenta em nosso corpo vai perdendo a função, tudo mesmo! Assim, se quebrarmos um braço e o engessarmos por muito tempo, logo que sarar devemos fazer fisioterapia para recuperar os movimentos. E o que é recuperar os movimentos senão os movimentos perdidos (deixados no tempo)?

Temos uma responsabilidade emocional com os outros e conosco mesmo. Isso é maior que uma pura inteligência, mas uma tarefa interpessoal para com todos, letrados ou não. Uma vez sendo seres humanos dependem de emoções e relacionamentos interpessoais.  A emoção não é algo que se possa vender ou comprar e que se manipula com um aplicativo, software ou máquina programada.

Somos corpos e almas com intelectos divinos, que nos guiavam ao longo das nossas viagens, sendo, portanto, estes responsáveis pelos movimentos dos nossos sonhos. Não corremos para lugar nenhum, mas em busca de um paraíso feliz. E se isso for loucura, loucura ainda maior é o que estamos a fazer com certas relações desumanas e conturbadas nesse mundo atual.

Repito: o corpo não foi feito para ficar parado e tudo o que não se usa vai perdendo a função, tudo mesmo! Movimente-se. Fuja do sedentarismo! Não faça apenas caminhadas, mas também exercícios fisiológicos. Todo movimento corporal é uma forma de expressão orgânica e de agilidade, mas é também promotor de saúde, vitalidade e felicidade. Faça isso com qualidade.

Quinta entrada: RELACIONAMENTOS DE QUALIDADE

Não levar ao outro a dor que não queremos nem podemos suportar é o segredo básico para um relacionamento duradouro entre as pessoas. O básico na vida é uma boa acolhida e uma expressão de amor, de reciprocidade e de bom humor.

Observe bem com quem e com o que você anda se enroscando? “Tire essa paixão da cabeça, tire essa tristeza do olhar”, pois, às vezes, não têm sentido algum continuar assim.

Há uma ligação em tudo e nós só somos no outro. Portanto, uma vida de qualidade requer relacionamentos de qualidade.

Concluindo: Uma vida de qualidade é fruto dessas cinco entradas: pensamento de qualidade, alimento de qualidade, sentimento de qualidade, movimento de qualidade e relacionamento de qualidade.

O que estamos deixando entrar pela cabeça, pela boca, pelo coração, pelos músculos e membros, pelos braços e mãos permeiam a nossa construção do nosso ser.

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21 jan 2020

Você sabe a diferença entre leitor e consumidor de conteúdo?

Por Ainor Francisco Lotério

Qual a diferença entre leitor e consumidor de conteúdo?
Quem não lê fica por fora. Mas que tipo de conteúdo ler?

Vivemos numa época em que cada um pode ser repórter de si mesmo e publicar o que bem entende. Isso é bom por um lado por proporcionar com que todos, democraticamente, acessem as informações que desejarem. Todavia, quando produzimos apenas por produzir, o conteúdo pode estar desconectado de um bom sentido e até ser negativo. Nesse intuito, certamente estamos pensando em consumidores de conteúdo e não em leitores reflexivos.

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Nem tudo o que atrai gera valor positivo para a pessoa. Portanto, faz-se necessário um breve exame em todo conteúdo. Como em todo lugar, para não perdemos tempo com um conteúdo ruim, que não gera gosto e desperta interesse aqui, também é necessário reciclar.

Nesse sentido, o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu: “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede”.

Há conteúdo de qualidade e conteúdo que não nos serve. Nesse momento é preciso ter discernimento pessoal para entender qual é o conteúdo relevante, construtivo e valioso para a sua vida e o seu negócio (atividade profissional). Isso ajudará a você identificar a diferença entre um leitor e consumidor de conteúdo.  

No entanto, um conteúdo geral (conhecimentos gerais) faz bem a todos nós. É fundamental escaparmos das armadilhas do tempo atual, quando o que nos motiva a ler é, muitas vezes, de um conteúdo duvidoso, que não nos faz bem.

É função do leitor entender e interpretar o seu mundo e a história.

Um bom leitor não lê de tudo, mas reflete sobre o que lê, pois sempre quer entender o sentido das coisas em tempo de “internet das coisas”. Um leitor consciente já possui instalados em si os sistemas mentais de defesa.

Um consumidor busca defesas de fora, pois sempre está vulnerável por dentro, justamente pela baixa capacidade de analisar e discernir o que lê.

Para ler é preciso pensar preciso, fazer juízo de princípios e valores, descartando o que, negativamente, empata ou atrasa o desenvolvimento intelectual, moral, espiritual e social.

Comer por comer não nutre o corpo em tudo o que ele necessita.  Da mesma forma, o cérebro necessita de nutrição adequada, através de um conteúdo assertivo e fortalecedor, de acordo com o objetivo nobre a ser atingido.

Ler por ler não é a melhor escolha, especialmente no tempo atual onde tanto conteúdo duvidoso e distorcido está sendo produzido.

Como se lê nos dicionários, basicamente, leitor é aquele que lê e tem o hábito de ler. O leitor assíduo lê para si, mentalmente, mas entende que a sua leitura fará bem ou mal ao ambiente em que vive e ao mundo que o cerca.

Um pensamento de um autor desconhecido diz que “ler é importante, aprender é essencial, mas saber interpretar é fundamental”.

Quem lê para si primeiro já faz essa interpretação por sua própria capacidade, inteligência, sensibilidade e consciência, escolhendo sobre o que deve ler. Assim, torna-se cada vez mais seletivo naquilo que lê e não aprecia ou dá atenção ao que não tem razão para a sua vida, sua família, seu time, sua a comunidade.

Por essa razão, antes da leitura, é recomendável que se faça uma breve análise, uma espécie de leitura dinâmica para captar a intenção do conteúdo. Alguns conteúdos, além de falsos, são tóxicos para a nossa digestão mental.

Não coma por comer, nem leia por ler! Seu tempo é precioso, vale ouro, vale a sua felicidade! Aprecie sem moderação!

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