Participei da reunião do grupo de pesquisa GRADCOOP – Gestão de Riscos e Análise de Desempenho em Cooperativas, de Curitiba, coordenada pelo Prof. Dr. Vilmar Rodrigues Moreira, da Escola de Negócios da PUC – Pontifícia Universidade Católica /Business School of PUCPR (in English: http://en.pucpr.br).
No encontro, o mestrando Danilo apresentou sua proposta de pesquisa intitulada: “Modelagem de risco de crédito: Um estudo do segmento de pessoas físicas em uma cooperativa de crédito do norte do Paraná”. O referido trabalho tem como objetivos:
– Elaborar um modelo automatizado de previsão de insolvência para uma cooperativa de crédito;
– Verificar se o modelo atualmente adotado na cooperativa tem sido eficiente na mitigação de custos oriundos de inadimplência, bem como de oportunidade (créditos negados a indivíduos classificados como adimplentes).
COOPERATIVISMO FINANCEIRO CRESCE E GANHA ESPAÇO NO MERCADO FINANCEIRO BRASILEIRO
“O cooperativismo de crédito cresce sem parar no mundo todo, dada a expansão da demanda por financiamentos de pessoas físicas e jurídicas. No Brasil, diante da forte retração no setor bancário nos últimos anos, as cooperativas estão aproveitando para expandir a sua oferta de serviços financeiros, incluindo cartões de crédito, consórcios, previdência, seguros e caderneta de poupança” (Veja matéria completa > Cooperativismo financeiro cresce e ganha espaço no mercado brasileiro).
Uma vez que o cooperativismo de crédito é um dos que mais cresce no Brasil, além de ter ainda muito espaço para crescer, o estudo se reveste de grande importância para pautar a eliminação dos riscos de gestão cooperativa. É possível se ter ideia do tamanho (número de pessoas envolvidas, volume de negócios e seus benefícios à sociedade) do Cooperativismo de Crédito no Brasil, no Portal da OCB – Organização das Cooperativas do Brasil: > OCB – Ramo Crédito.
Sendo assim, a intenção com as discussões foi:
– Apreciar novas possibilidades de análises, estudos já conduzidos sobre o tema;
– Ouvir sugestões dos participantes.
AFINAL, O QUE É UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO?
É um banco comum? Não, uma cooperativa é uma sociedade de pessoas legalmente constituída para prestar serviços financeiros. Ela é formada por pessoas que seguem princípios e valores, como este: adesão livre e voluntária, gestão democrática, participação econômica, autonomia e independência, informação, formação e educação, intercooperação e interesse pela comunidade (podem ser vistos nesse link > Os 7 princípios do Cooperativismo).
“A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente. Ela é constituída para prestar serviços financeiros de modo mais simples e vantajoso aos seus associados, possibilitando o acesso ao crédito e outros produtos financeiros (aplicações, investimentos, empréstimos, financiamentos, recebimento de contas, seguros, etc.)”. Para mais informações você pode acessar o Banco Central, onde há uma seção sobre o tema > Cooperativa de Crédito. Da mesma forma, no Portal do Cooperativismo Financeiro há informações sobre cooperativas de livre admissão, como as de crédito > Cooperativismo de livre admissão.
Veja outras atividades e eventos sobre Cooperativismo na PUCPR > Ainor Lotério junto ao Cooperativismo.
A ATENÇÃO AOS RISCOS FINANCEIROS E GESTÃO EFICAZ MANTÉM A SOLIDEZ COOPERATIVA.
A constatação é de que o risco financeiro não observado a tempo está levando à insolvência de muitas cooperativas de crédito. Isso nós temos verificado com inúmeras outras instituições financeiras. Aliás, esse tema relacionado ao controle de riscos financeiros está sempre imbricado com a educação financeira, importante para qualquer cidadão.
Por isso, “a gestão com vistas a identificar eventos, avaliar e responder ao risco assume papel relevante frente ao conjunto de possibilidades que possam causar perdas financeiras, em meio à acirrada competitividade do sistema financeiro brasileiro” (Fonte: Gestão do Risco em Cooperativas de Crédito).
A gestão de riscos passa pela análise do viés adotado para promover o desempenho por parte dos dirigentes da cooperativa, sem se desobrigar a participação dos associados, seus verdadeiros donos.
O fato é que a gestão do risco, em meio aos processos operacionais de concessão de empréstimos, faz-se importante em qualquer segmento da economia, mas no ambiente financeiro em que atuam as cooperativas de crédito tal prática de gestão assume significativa relevância, pois cada associado é um dono e precisa estar seguro da solidez da sua cooperativa. Ainda mais importância assume essa “governança financeira”, quando essas cooperativas se tornam de livre admissão.
Um dos problemas detectados é a ausência de dados relevantes para a tomada de decisão, o que impede o melhor caminho a ser seguido e a melhor prática a ser adotada no momento de emprestar o dinheiro.
UMA COOPERATIVA DE CRÉDITO DEPENDE DA SOMATÓRIA DA BOA HISTÓRIA CADASTRAL DE CADA ASSOCIADO.
A história de cada proponente é o fator mais importante para a concessão do crédito. No entanto, o conselho de crédito sempre tem a possibilidade de acrescentar variáveis subjetivas, uma vez que nem todos os cadastros contemplam as informações suficientes e fidedignas do proponente ao empréstimo. A ideia de se ter um sistema que contemple mais dados, referentes a cada associado, fará com que esse histórico seja mais confiável. Outro aspecto é que um modelo mais eficiente proporcionará mais facilidade de se observar registos confiáveis para uma tomada de decisão na concessão de crédito a um proponente.
A ficha gráfica das operações por associados, e a redundância de dados, cada vez mais consolidarão sua situação frente à cooperativa, dando dessa forma mais segurança no momento de uma operação financeira de crédito.
Continua valendo a regra: quanto maior o valor solicitado, maior o risco e quanto mais tempo de vida como associado, ou seja, quanto mais velho for o cadastro, menor o risco. O problema é que o declarante distorce muito as informações cadastrais, daí a razão para se buscar cada vez modelos que gerem mais dados estatísticos confiáveis.
OS ASSOCIADOS SÃO ATENDIDOS PELOS COLABORADORES COMO DONOS.
Uma cooperativa de crédito não vive apenas de números, mas é abastecida de gente que movimenta suas economias financeiras nela.
Sabemos que há o problema da falta de dados e de cadastros robustecidos com informações a cerca dos associados (e clientes), que possam dar segurança no momento da decisão de emprestar o dinheiro ou não. Não basta ser sócio para se sentir dono e usar a cooperativa a seu bel prazer. Cada sócio é dono, mas é dono em corresponsabilidade com todos os demais associados.
Há em cada cooperativa um comitê de crédito que conhece o cadastro e todo o quadro de gente associada. Os dados numéricos servem bem para a aprovação automática, tipo 4.0, das tecnologias ou inovações desruptivas (produto, ou serviço, com características que provocam uma ruptura com os padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidos no mercado). Bom é considerar também que esses dados (e modelos) podem estar deixando de fora fatores humanos importantes para uma tomada de decisão. Assim, a análise fundamental (realizada com base em dados históricos e do presente com o objetivo de fazer previsões financeiras e de capacidade de investimento e retorno) deve ser associada à análise numérica, de modo que se possa decidir com maior segurança.
O crédito seguro não se garante apenas pelos números, mas pelo conceito social do proponente também. O modelo automatizado de concessão de crédito nem sempre se caracteriza como sendo plenamente cooperativo, necessitando de um componente de relações humanas, afinal estamos tratando com donos e não apenas clientes de bancos.
Sabemos que o ramo de crédito é o que tem mais dificuldade para gerar fidelidade por parte dos associados, uma vez que dinheiro é produto com potencial para gerar inclusive corrupção, lavagem e desvios. Porém, quando se trata de cooperativismo, há sempre a preocupação com a educação financeira de associados, gestores e colaboradores. Estes, por sua vez, em função das novas tecnologias da era das conexões, virtualidade e nuvens, ainda mais necessitam de capacitação.
Vamos ficar na expectativa desse estudo terminar para vermos o quanto foi agregado de segurança, para facilitar a concessão automática e menos burocratizada, porém sem deixar de fora o viés da consideração humana fundamental para todo e qualquer ramo cooperativo.
*Veja a trajetória cooperativista do Prof/Palestrante Ainor Francisco Lotério aqui: Trajetória Cooperativista do Ainor
As palestras promovidas pelo Professor Ainor Francisco Lotério junto às Cooperativas tem um grande diferencial. São inspiradas, profundas e de qualidade, atendendo a todo o público de colaboradores, associados, dirigentes, conselheiros e familiares. São diversos temas personalizados, promovendo o conhecimento e contribuindo para o crescimento cooperativo, humano e solidário.
Nosso trabalho é personalizado e as palestras customizadas de acordo com nossa preocupação em atender o perfil do público alvo, o tema desejado e objetivo de cada evento. O Palestrante ministra suas palestras de maneira concisa, bem humorada e com um conteúdo base de qualidade. Invista com segurança e qualidade, afim de alcançar melhores resultados para a cooperativa, associados e colaboradores.
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